A nova negativa do senador Blairo Maggi (PR) quanto à possibilidade de disputar o governo de Mato Grosso finalmente surtiu efeito e provocou mobilização nos partidos para a reunião da base aliada à gestão Silval Barbosa (PMDB), na noite de ontem (5). Ficou estipulado no encontro que até o dia 15 as siglas precisam apresentar os critérios para formação da chapa majoritária e O PR precisa definir o rumo político se será situação ou oposição no processo eleitoral.
Ao longo do dia, os diretórios de cada sigla participante realizaram reuniões isoladas para alinhar os ponteiros e ganhar força no debate com as demais legendas. A tônica do debate girou, principalmente, em torno do posicionamento do PR, que desde o ano passado vem patinando entre seguir com a base ou apoiar a chapa oposicionista encabeçada pelo pré-candidato ao Governo, senador Pedro Taques (PDT).
Diante disso, não faltaram “recados” para os republicanos. Presidente do PMDB, Carlos Bezerra, disse que “tudo tem um preço, que tem o discurso e que povo vai lembrar disso”.
Ninguém melhor do que ele para pontuar essa situação, já que nas eleições de 1998 uma dobradinha entre “adversários políticos”, o PMDB e o então PFL, hoje DEM, contribuiu para que o então candidato “preferencial nas pesquisas” ao governo no período, Júlio Campos, fosse derrotado nas urnas para Dante Martins de Oliveira, em seu primeiro mandato.Presidente regional do PSD e pré-candidato ao governo, Chico Daltro, confia na possibilidade de os republicanos permanecerem na base aliada rumo ao pleito geral.
Ele reiterou ainda posição do secretário-geral do partido, deputado José Riva, de que não há “entendimentos” com o DEM do senador Jayme Campos e que por enquanto, cada um segue seu caminho. Da mesma forma, reforçou o discurso de que o partido não sairá da base de sustentação, que reforça os planos de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).O presidente do PSD lembrou que oficialmente “o PR nunca sinalizou que deixaria a base”.
A reunião contou com a presença dos principais líderes das agremiações governistas, como de Daltro, e os presidentes do PMDB, Carlos Bezerra; do PCdoB, Aislan Galvão; do PT, William Sampaio, além de outros pré-candidatos do grupo, como o ex-vereador Lúdio Cabral (PT). Bezerra deixou a reunião antes de seu término, repassando a tarefa de acompanhar as discussões a outros represen-tantes da sigla. Ele justificou a ausência de líderes do PP na ocasião, destacando que a referida sigla mantém conversações com a base.
Governador Silval Barbosa (PMDB) não participou das discussões, que devem continuar, considerando opiniões divergentes entre líderes do PSD e do PMDB, como Daltro e Bezerra, em relação a formação de majoritária para as eleições de outubro.
DOIS LADOS
Presidente estadual do PR, deputado federal e pré-candidato ao Senado, Wellington Fagundes, deixou a reunião da base aliada e seguiu, ainda na noite de ontem, para encontro com o candidato virtual da oposição ao governo, senador Pedro Taques (PDT). A reunião, na residência do prefeito Mauro Mendes (PSB), um dos coordenadores da pré-campanha em favor de Taques, teria contado ainda com a participação de outros representantes republicanos, como o secretário-geral da legenda no Estado, depu-tado estadual Emanuel Pinheiro.
Fonte revela que no final da tarde de ontem, Mauro Mendes articulou a reunião com os republicanos. A ideia é assegurar um entrelace, desde já, com o PR, como defendem alguns membros do diretório estadual.
Em que pese a definição oficial das alianças só ocorrer em junho, a meta de Mauro Mendes é garantir certa “tendência de fechamento de questão”, ou seja, uma amarração política para validar apoio do PR à candidatura de Taques.
Esse assunto tende a se prolongar. Basta verificar o impasse gerado no bloco de Taques, com descontentamento de seus aliados como o Democratas e o PSDB. Esse tema também não é consenso no PDT.Mendes chegou a declarar, na semana passada, que o PR tem mais força política que o Democratas no cenário estadual.