Câmara não deve nem analisar cassação de vereador em Cuiabá

Chico Ferreira

 

Relator da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, o vereador Wilson Kero Kero (PMB), alertou os colegas Rodrigo Arruda e Sá (PSDB) e Kássio Coelho (Podemos) de que o tempo para finalizar o relatório que investiga a suposta invasão do vereador Marcrean Santos (MDB) em uma UTI do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) está se esgotando. O aviso foi dado durante a reunião desta quarta-feira (27), quando o presidente Rodrigo sugeriu que o emedebista seja convocado para dar sua versão dos fatos ocorrida no dia 02 de dezembro, ou seja, na próxima segunda-feira.

Mesmo com o alerta, a convocação foi aprovada de forma unânime pelo trio. "Nós estamos dando todas as oportunidades possíveis para o Marcrean vir pessoalmente  aqui fazer sua defesa. Ele pediu 15 dias, demos 10 e vence dia 03, então dia 02 é um prazo ideal, ele sei dispôs a vir, mas que fique claro, nós não teremos outra oportunidade, Já disse que nosso prazo é curto", alertou Kero Kero. 

O médico Marcus Vinicius Ramos de Oliveira é quem acusa Marcrean de uma suposta invasão numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HMC. Além disso, Marcrean teria dado 'carteirada' nos profissionais de saúde do local no dia 09 de junho deste ano. Essa é a versão sustentada pelo servidor, ocorre que Santos nunca se manifestou na comissão. 

Entretanto, à imprensa o legislador alega que uma 'parente' estava internada há cerca de um mês e seria parente dele de terceiro grau, que havia vindo do distrito de Mimoso (120 km de Cuiabá) para se tratar na unidade e lá, contraiu uma infecção. Foi então que a família do vereador entrou em contato com ele para que ele pudesse os auxiliar em caso de transferência. 

Em declaração, Marcrean disse que ligou para o secretário de Saúde, Deiver Teixeira, e, em seguida, foi até o local e procurou o médico e teria o encontrado dormindo em pleno expediente, algo que o Marcus Vinicius nega. "As testemunhas que ele arrolou no processo, nós não temos obrigação de ir atrás das testemunhas dele, ele teria que trazê-las. Temos que ouvir a versão dos fatos dele, tudo que sabemos é o que o médico disse", pontuou Kero Kero. 

Por fim, o relator mencionou que a Casa de Leis terá uma agenda corrida em dezembro, com votações importantes como a da Lei Orçamentária Anual (LOA)e por isso encerrar essa investigação é essencial. "Nós temos alguns prazos e ações que vão acontecer aqui dentro dessa Casa e vocês sabem como funciona, tem LOA, não estamos impedindo ele de se defender, mas temos que ainda ouvir as testemunhas, os técnicos, administrativos, que estavam naquele momento, dá tempo de fazermos isso na semana que vem e fecharmos o relatório", afirmou.