Delatado, suplente assume vaga e dispara contra Silval: "Fascínora"

 

O deputado estadual Oscar Bezerra (PV), suplente que assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) com o pedido de licença do titular, Faissal Calil (Cidadania), usou a tribuna da Casa na quarta-feira para alfinetar o ex-governador Silval Barbosa. O parlamentar fez uma fala apoiando os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que foram afastados durante a Operação Malebolge e chamou o ex-gestor de fascínora, criticando ainda o instituto da delação premiada. 

A Operação Malebolge foi deflagrada em setembro de 2017, pela Polícia Federal, e investigava uma suposta propina de R$ 53 milhões dada aos conselheiros do TCE, para que não interferissem na continuidade de obras para a Copa do Mundo de 2014. Foram afastados os conselheiros José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Valter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.

Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) pediu arquivamento do inquérito. “Quero cumprimentar os conselheiros do TCE Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Valter Albano, Waldir Teis e Sérgio Ricardo. Neste país, infelizmente, algumas pessoas são mal intencionadas, e em especial, neste caso, fascínoras, um réu confesso, que simplesmente joga no ventilador o nome de pessoas sérias, corretas. Ontem, veio a culminar o arquivamento do inquérito nascido na Operação Malebolge, que afastou estes conselheiros”, afirmou o deputado. 

O deputado foi um dos citados por Silval Barbosa em seu acordo de colaboração premiada. O ex-governador afirmou, na ocasião, que o parlamentar cobrou propina de R$ 15 milhões para não envolver o nome dele na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, na ALMT.

Sua esposa, Luciane Bezerra, também foi alvo da delação, após ela ter sido gravada recebendo dinheiro do chamado “mensalinho”. Na ocasião, ela chegou a fazer piada, pedindo para receber as quantias de outros deputados que “não precisam”. Em sua fala, Oscar Bezerra sugere que os conselheiros do TCE acionem o ex-governador na Justiça. 

Também criticou os valores devolvidos por Silval para conquistar a liberdade. “O instrumento da delação premiada, neste país, virou algo que simplesmente livra bandidos de serem penalizados pelos crimes que cometeram. O cara propõe o acordo, aponta centenas de pessoas, sem nenhuma prova, e está livre. Roubou R$ 1 bilhão, devolve R$ 90 milhões e está livre, ou seja, o cara é criminoso e fica inocente, enquanto todos os outros são bandidos. Quero deixar registrada a minha indignação e sugiro que os conselheiros representem seus acusadores, para que eles respondam na Justiça”, completou.