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Os serviços de registro de financiamentos em veículos automotores (Gravame) em Mato Grosso e na grande maioria dos Estados do Brasil, feitos pelos Departamentos de Trânsito dos Estados (Detran) por determinação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), estão sob suspeita.
E estão sendo investigados pela Operação Lava Jato, graças à delação premiada do doleiro Alberto Youssef, sobre uma operação montada para arrecadar fundos que teriam movimentado mais de R$ 20 milhões e que seriam de interesse do Partido Progressista, uma das siglas partidárias da base de apoio ao governo federal.
Os fatos que vieram a público agora, já haviam chamado a atenção do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE/MT), que através de determinação do conselheiro José Carlos Novelli, desde 2012, analisa denúncia e inclusive em novembro do ano passado, determinou que o Detran/MT abrisse mão do convênio formalizado com a Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg), sem licitação, e que terceirizou os serviços de gravame que nada mais é do que registrar a existência de financiamento sob o automóvel a GRV Solutions S/A, controlado atualmente pela Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).
Consta das investigações que a GRV seria de propriedade de Carlos Augusto Montenegro, presidente do Instituto de Pesquisa Ibope.
O gravame em síntese impede que um veículo financiado em Mato Grosso seja transferido como se não tivesse pendências em qualquer outro Estado do país.
Na decisão unanime do TCE/MT, foi concedido, pelo conselheiro José Carlos Novelli, um prazo de 180 dias, ou seis meses, que vence em abril próximo, para que o Detran/MT realizasse uma licitação e não mantivesse apenas o convênio sob alegação de não vislumbrar lucro, já que por cada gravame realizado a GRV, dependendo do veículo, recebe entre R$ 22,00 até R$ 42,00 em todo o Brasil, ficando a partilha destes recursos na proporção de 50% a GRV, 25% aos Detrans de cada uma das unidades onde o veículo recebeu o gravame e 25% para a Fenaseg.
A estimativa é de que o Detran de Mato Grosso, assim como os demais recebiam e continuam recebendo, já que a empresa continua mantendo seus serviços em Mato Grosso, cerca de 8,57 por gravame, ou por financiamento registrado no Sistema Nacional de Gravames – SNG que é interligada em todo o Brasil e seria uma base de dado particular que pertenceria a Fenaseg.
O acordo entre o Detran/MT com a Fenaseg e a GRV que é controlada pela Cetip é de 2011 e em 2012 foi denunciado no TCE/MT que concedeu prazo de 180 dias para que se realizasse licitação e instalasse uma tomada de contas especial.
Procurado o atual presidente do Detran, Rogers Elizandro Jarbas, informou através de sua assessoria jurídica que a instituição recorreu da decisão do TCE/MT e aguarda a apreciação do recurso que se não for favorável, aí sim abriria o prazo de 180 dias para a realização da licitação.
Segundo, Luiz Gustavo Caran, advogado-geral do Detran/MT, como o Sistema Nacional de Gravame – SNG, pertence à Fenaseg e é uma base nacional, uma referida licitação limitaria ao território de Mato Grosso os serviços.
pedro cesar
Domingo, 15 de Março de 2015, 00h18Cuiabano
Sábado, 14 de Março de 2015, 20h23ze ruela
Sábado, 14 de Março de 2015, 18h48Jose Kiko
Sábado, 14 de Março de 2015, 14h30