O prefeito Abilio Brunini (PL) usou as redes sociais para comentar sobre a situação caótica enfrentada por Cuiabá nesta terça-feira (8), após o forte temporal que atingiu a cidade pela tarde, no dia que o município completou 306 anos. Na publicação, ele diz que a responsabilidade pelos transtornos não foi a intensidade da chuva, mas o descarte irregular de lixo da população em ocupar áreas às margens de córregos. 

Em comemoração ao aniversário da cidade, a Prefeitura havia realizado um mutirão de limpeza horas antes em várias áreas. No entanto, isso não foi suficiente para ajudar no escoamento da água. “O grande problema não foi as chuvas. O grande problema ainda é uma parcela da população que deixa o lixo na rua, deixa o lixo no chão. A gente tem limpado muitas bocas de lobo, temos trabalhado muito sobre isso. Estou contratando inclusive um sistema mais inteligente para fazer essa limpeza”, comentou, em referência ao “cachorro-robô” comprado para ajudar na limpeza de bueiros na capital. 

O gestor reclamou que o que encontra nas "bocas de lobo", nos córregos e também na saída de águas fluviais, é esgoto e lixo. “Não vai adiantar a gente limpar a boca de lobo toda semana se a população continuar com uma cultura de deixar o lixo no chão, encostado no poste. Não pode ser assim. O centro histórico de Cuiabá, ele está cheio de lixo no chão. O centro da nossa cidade, muitas ruas dos bairros colocam o lixo no chão. Esse tipo de conduta, quando vem a chuva, entope todas as bocas de lobo. Não adianta limpar antes. Olha, hoje na limpeza. Nós encontramos placa de carro, nós encontramos inúmeros sacos de lixo e nós encontramos até colchão”, desabafou. 

De acordo com a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), foram retiradas aproximadamente 700 toneladas de lixo de bolsões de descarte irregular nas primeiras três horas do mutirão. Conforme Brunini, quem suja a cidade é uma parcela da população e que por culpa dessa parcela da população, muitos pagam um preço muito caro. 

“Quero dizer também que não adianta, gente, pedir para canalizar córrego. Não adianta, não é assim, canalizar córrego é uma burrice, porque a o córrego ele é a própria natureza definindo a quantidade e o volume e por onde vai passar a água. E aí tem gente que pede para canalizar os córregos tentando melhorar um ou ocupar um espaço para poder construir mais perto. Não adianta, gente”, enfatizou. 

Brunini afirmou que entende as questões de vulnerabilidade de pessoas que moram nesses locais, mas alertou o perigo que elas correm. “Construir ao lado de córregos não é uma decisão certa. E eu sei que tem muita gente carente. Eu sei que tem muita gente que precisa de um lugar para morar. Muita gente às vezes acha que construir ao lado do córrego é uma oportunidade, porque naquele momento o córrego está fraquinho, mas uma hora a chuva vem e o córrego pode ficar mais forte e você pode ser uma vítima”, alertou.

Por fim, o prefeito clamou para que a população faça a sua parte também e mantenha a cidade limpa, tendo cuidado com o descarte de lixo e respeite e natureza. Na visão dele, o temporal que atingiu Cuiabá em pleno aniversário de 306 anos foi um “recado da natureza”. “Não adianta culpar o prefeito se você não fizer sua parte. Nós estamos trabalhando para fazer a nossa. Hoje eu passei o dia limpando a cidade. Nós estivemos em vários lugares, em vários bairros. A mensagem de hoje é clara. Aprenda a respeitar a natureza. Nós somos uma das cidades com maior número de córregos e nascentes dentro do ambiente urbano do mundo. Se ela tem tudo isso é porque sim, é a cidade das águas. Cuiabá é a cidade da chuva”, finalizou.