Política Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024, 14h:30 | Atualizado:

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Ex-ministro expõe esquema com vereadores e tenta barrar diplomação de prefeito em MT

José Eduardo Cardozo cita que Arley usou caixa 2 vergonhosamente

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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juiza, advogado, alei, sorriso.jpg

 


 

O ex-ministro da Justiça e advogado, José Eduardo Cardozo, pediu na manhã de hoje a suspensão da diplomação do prefeito eleito de Sorriso (420 Km de Cuiabá), Alei Fernandes (União), prevista para a próxima sexta-feira (13). Ele é suspeito da prática de “Caixa 2” na campanha a prefeitura de 2024, utilizando valores de origem ilícita, não declarados à Justiça Eleitoral, num esquema que pode ter envolvido até mesmo a Câmara de Vereadores do município.

Alei Fernandes foi alvo da operação “Rustius”, da Polícia Federal, que apura o esquema de Caixa 2 a partir do telefone celular do produtor rural Nei Francio, flagrado na véspera das eleições, no dia 7 de outubro deste ano, com R$ 300 mil em dinheiro, em sua pick up. José Eduardo Cardozo, ministro da justiça do Governo Dilma Rousseff e que atuou para cassar o mandato da ex-senadora por Mato Grosso e juíza aposentada Selma Arruda (PSL), representa o vereador de Sorriso, Leandro Carlos Damiani (MDB), que se candidatou a prefeitura do município neste ano de 2024, mas acabou sendo derrotado por Alei Fernandes.

Em pedido ingressado na 43ª Zona Eleitoral de Sorriso na última segunda-feira (9), o advogado José Eduardo Cardozo expôs uma série de diálogos trocados entre Nei Francio, uma espécie de “tesoureiro” de Alei Fernandes, com pessoas que poderiam “ajudar” financeiramente na campanha. A petição que pede a suspensão da diplomação aponta que Fracio tinha proximidade com Gilson Fernandes - irmão de Alei Fernandes, com quem o produtor rural trocava diversas mensagens, e supostamente responsável por “esquentar” dinheiro de origem ilícita.

Numa das conversas, ocorrida em 4 de setembro deste ano, Francio fala a Valentin Colombo - registrado como um doador de R$ 30 mil à campanha de Alei -, que a origem dos recursos não precisava ser “quente” (lícita), pois Gilson Fernandes iria “transformar” em quente. “Reforçando, se conseguir quente é melhor, mas duvido que esse cara vai querer dar dinheiro quente. Mas daí tem jeito de fazer uma ponte. Só ligar pro Gilson, que o Gilson tá preparado para depositar numa conta e transformar em quente daí”, declarou Francio.

Num outro diálogo, realizado no dia seguinte, em 5 de setembro de 2024, o produtor rural fala a uma funcionária responsável pelo setor financeiro de suas empresas para “esquentar” R$ 100 mil que seriam repassados por Gilson. Menos de uma semana depois, em 9 de setembro, Francio pede a funcionária que realize a doação dos R$ 100 mil à campanha de Alei Fernandes.

Ela responde, então, que o dinheiro era “100% quente”, e que foi distribuído a “vários vereadores”. “Poucos dias após solicitar que a sra. ‘esquentasse’ o valor, Nei pede a ela que efetue a doação de R$ 100.000,00 para a campanha. Nessa ocasião, [a funcionária] responde que a doação foi feita ‘100% quente’ e ‘transferido para a conta de vários vereadores’”, diz outro trecho da petição.

Os vereadores de Sorriso que supostamente teriam recebido os valores não foram identificados. Ainda de acordo com o advogado do candidato derrotado a prefeito, “apesar de Nei Francio ser claramente responsável pela doação de R$ 100.000,00 à campanha dos requeridos, não há qualquer registro no site do Tribunal Superior Eleitoral de doação realizada por Nei Francio”.

Em sua maior parte, o pedido de suspensão da diplomação de Alei Fernandes utiliza como base investigações da Polícia Federal, a partir da operação “Rustius”, que flagrou Francio com R$ 300 mil em sua pick up na véspera do pleito de 2024. No último dia 4 de dezembro, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com uma ação de investigação judicial eleitoral pedindo não apenas a suspensão da diplomação de Alei Fernandes, mas sim a cassação do registro de sua candidatura.

Alei Fernandes teve 51,33% dos votos em 2024, enquanto o vereador, e candidato derrotado que move o processo contra o adversário, Carlos Damiani, alcançou a preferência de 45,84% do eleitorado. O pedido de suspensão da diplomação será analisado nas próximas pela juíza Emanuelle Chiaraglia Navarro Mano.





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Comentários (3)

  • [email protected]

    Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024, 17h09
  • Esse Adevogadu é bom, tanto que ele fez parte de ministro da até então caçada Dilma Rouselfie kkkkkk
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  • paulo diants

    Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024, 15h20
  • O que impede é compra de voto. E como compraram....
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  • Paulo Fernando

    Terça-Feira, 10 de Dezembro de 2024, 14h37
  • Nei Francio, parente de Gerson Francio, ex presidente da câmara dos vereadores de Sorriso que passou até no fantástico? Que foi cassado e preso em rede nacional?
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