Ex-secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB) contou em delação premiada que utilizou mais de R$ 1 milhão, em caixa dois, para financiar as campanhas eleitorais dos deputados Wilson Santos, Carlos Avalone e Guilherme Maluf, todos de seu partido, em 2014. Este último renunciou à cadeira no parlamento para se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Além desses, haveria um quarto beneficiado, identificado apenas pela sigla AV, que Permínio diz não se lembrar quem é. As outras siglas de identificação de tucanos eram WS, AVA e GUI
Permínio afirmou que recebia valores a mando de Nilson Leitão (PSDB), presidente do partido à época, para fazer pagamentos de campanhas enquanto era titular da Seduc no governo Pedro Taques (PSDB). Para isso, usava até mesmo uma conta corrente pessoal para receber os depósitos, já que os recursos chegavam até ele em espécie.
Num desses depósitos, recebeu R$ 175 mil para distribuir nas citadas candidaturas, sempre dinheiro não declarado. A grana fora doada pela Editora Terra do Saber Ltda e, sempre segundo Permínio, Leitão revelou que essa editora também doou recursos não contabilizados para a campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB) por meio do primo, Paulo Taques.
A delação premiada do ex-secretário de Pedro foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na narrativa para esmiuçar o esquema aos ministros, detalhes como o de que Permínio foi “algumas vezes” até o ninho número 1 do tucanato, São Paulo, buscar malas de dinheiro com Ubiratan Queiroz, do Grupo Galvão, também enredada na Operação Lava Jato.
Pinto diz que se encontrou com Queiroz no Hotel Blue Tree a pedido de Leitão. Lá, o empresário entregou ao ex-secretário uma valise de tecido preta com R$ 150 mil em notas de R$ 100.
Logo após receber a bolsa com dinheiro, o operador financeiro do esquema fraudulento do PSDB dirigiu-se a uma agência bancária e o depositou em uma conta específica indicada por Leitão. Permínio contou que a conta, da qual somente ele e o presidente Leitão tinham a senha, era utilizada para fazer os vários pagamentos realizados a mando do ex-deputado federal.
Há mais revelações na delação em curso no STF, como a de que o ex-diretor da extinta CAB Ambiental, Ítalo Joffily Neto, seria o elo entre Nilson Leitão e o Grupo Galvão, desde 2009/2010, quando Leitão realizava consultorias para as empresas do grupo que prestavam serviços de água e esgoto.Em 2014, Permínio Pinto trabalhava no gabinete de Nilson Leitão em Brasília e, submetendo-se à ordem de seu chefe, retornou a São Paulo para buscar valise de tecido recheada com R$ 139 mil.
AEROPORTO
Nesse mesmo ano, Permínio encontrou-se com o ex-ministro das Cidades, deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), no Aeroporto de Congonhas em São Paulo (PSDB). Leitão também enviou Permínio a um escritório de advocacia em São Paulo para buscar dois envelopes com dinheiro.
Os valores seriam R$ 69 mil e R$ 98 mil, dinheiro este depositado em contas indicadas por Leitão e operadas pelo ex-secretário para pagamentos e depósitos fraudulentos.
OUTRO LADO
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) se posicionou por meio de nota. Ele negou ter recebido recursos de "caixa 2".
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Com relação à reportagem que trata da delação premiada do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) vem a público esclarecer que:
*Enquanto líder do governo Pedro Taques (PSDB) na Assembleia Legislativa, manteve diálogos com Permínio Pinto logo após ser deflagrada a Operação Rêmora para obter informações que pudessem vir a subsidiar a defesa da administração pública estadual perante o Parlamento, jamais tratando de assuntos ilícitos e estranhos ao mandato de parlamentar.
*O deputado Wilson Santos nega qualquer recebimento de dinheiro ilícito ou via caixa 2 para a campanha eleitoral de 2014, quando foi eleito para o terceiro mandato na Assembleia Legislativa com 20.562 votos da população mato-grossense.
*Em 2014, a campanha do candidato a Câmara dos Deputados Nilson Leitão doou oficialmente para a campanha do deputado estadual Wilson Santos a quantia de R$ 23,001. 93 (Vinte e três mil um real e noventa e três centavos) que foi declarada oficialmente à Justiça cujas contas de campanha foram devidamente aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso.
Air Francisco Costa
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 16h25JUSTUS
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 10h44CHIRR?O
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 10h37CHIRR?O
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 10h36Cientista Pol?tico
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 09h07Adelar
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 08h28Ggm
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 08h28Luciana
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 07h49Jos?
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 07h41Paulo Boss
Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 07h36Jos?
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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2019, 05h59