A Operação Sangria, que teve sua primeira fase em dezembro de 2018, provocou um verdadeiro "mutirão" na empresa Proclin. Tudo para tentar livrar o então secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, que tinha ligação com a empresa investigada por fraudes nas licitações da prefeitura.
Huark e os médicos Fabio Liberali e Luciano Correia Ribeiro ordenaram a destruição de provas na empresa e fizeram com que os funcionários trabalhassem até tarde para apagar arquivos nos computadores e picotar contratos e planilhas. Uma das testemunhas ouvidas no processo contou que a ação ocorreu um dia após notícias sobre a operação terem sido divulgadas pela imprensa. "Foi uma ação conjunta de todos os computadores, todos os colaboradores".
Os papeis que eram picotados eram levados por Fábio Liberali para o descarte. "(...) todo mundo, da limpeza, financeiro, todo mundo se uniu ali, faturamento, e destruiu", contou a testemunha.
Adriano Souza, um dos funcionários que também foi condenado por obstrução de Justiça, contou em seu depoimento que as colegas Celita Liberali e Kedna Gouvea "ficaram um dia até tarde da noite na empresa Proclin olhando documento por documento relacionados à Huark e a empresa, no intuito de destruí-los", sendo esta ação realizada cerca de dois meses antes da relação.
Entre os documentos apagados e destruídos por Celita e Kedna estavam planilhas que mostravam os valores recebidos pelos sócios da Proclin - que incluía Huark, apesar dele não estar oficialmente ligado à empresa por causa do cargo de secretário de Saúde.