A Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (Fundaçao Uniselva) reagiu às informações publicadas pela edição da Gazeta de segunda-feira (6), que apontou falhas na transparência da entidade no uso de recursos provenientes de emendas parlamentares. A instituição contestou a reportagem, mesmo com os dados da Controladoria-Geral da União (CGU) apontando que a busca por informações é complexa, o que dificulta a transparência.
Segundo a Uniselva, a matéria apresentou informações imprecisas e deixou de consultar a entidade durante a apuração. O jornal se baseou em um relatório da CGU, que analisou a aplicação de emendas parlamentares por Organizações Não Governamentais (ONGs) e fundações entre 2020 e 2024. Apesar da contestação da Uniselva, o relatório menciona que apenas 4 das ONGs avaliadas têm sistemas de transparência eficientes, mas destacou que a busca por informações nos sistemas da Uniselva “a busca para se localizar cada projeto que recebeu recurso de emenda parlamentar é complexa”.
Em nota oficial, a Fundação Uniselva declarou que o relatório da CGU confirmou sua adequação quanto à transparência, destacando que a entidade está entre as quatro fundações que atendem aos critérios de acessibilidade, claros e completude das informações sobre emendas parlamentares. A entidade argumentou ainda que mantém em seu site registros detalhados das emendas recebidas e que a reportagem cometia equívocos ao associar-se às 13 ONGs com restrições impostas pelo ministro Flávio Dino.
Apesar das justificativas apresentadas pela Uniselva, o relatório da CGU destacou pontos críticos relacionados à transparência. Entre as quatro entidades colaboradoras, a fundação foi a única que recebeu comentários sobre a dificuldade de acesso às informações. O documento enfatiza que localizar dados sobre projetos financiados por emendas parlamentares que exigem navegação em sistemas múltiplos e busca por critérios específicos, como números de contratos ou códigos de projetos. As informações do relatório podem ser conferidas ao escancear o QRCode acima.
“A ausência de filtros adequados e a falta de padronização comprometem a transparência”, afirmou a CGU. Ainda que os dados estejam disponíveis, o órgão específico que o processo de busca é bastante burocrático e pode inviabilizar o acompanhamento por parte da sociedade. Apesar disso, o relatório atualmente a Uniselva pode receber emendas, diferentemente das outras novas ONGs comprovadas, que tiveram os repasses suspensos pelo ministro Flávio Dino.
No entanto, a CGU recomendou que a fundação implemente melhorias nos seus sistemas para facilitar o acesso às informações.