Governador de MT defende pacificação e espera que Lula dê anistia

 

O governador Mauro Mendes (União) defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conceda anistia aos bolsonaristas condenados por invadir e depredar as sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, quando protestavam contra a vitória do petista e pediam um golpe militar para que Lula fosse deposto e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, pudesse continuar no comando do país com apoio de tropas militares.

Para o gestor, o presidente poderia dar o exemplo de olhar para frente e pregar a união dos brasileiros, que se dividiram e polarizaram após o resultado das eleições em 2022.

O ataque ao Palácio do Planalto, Câmara dos Deputados e Senado Federal, além do Supremo Tribunal Federal (STF), foi planejado e executado por eleitores extremistas eleitores e simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não aceitaram sua derrota para Lula. Entre os invasores estão vários mato-grossenses, que já foram condenados, inclusive, e muitos deles utilizam tornozeleiras eletrônica depois de terem passado uma temporada presos em Brasília. 

Somadas, as penas chegam até 18 anos de prisão. Para Mendes, a condenação pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é correta, mas a dosimetria não, uma vez que outros criminosos como estupradores, assassinos e até membros de facções criminosas não pegam penas tão duras.

"As condenações na minha opinião foram corretas, mas a dosimetria errada. O cara vai e mata um monte de gente, como tem bandido fazendo e é condenado a 12 anos. O cara invadiu e foi condenado a 18 anos, o tratamento que foi dado não é igual ao de assassinos e traficantes", declarou em entrevista ao Jornal Digital Poder360, nesta terça-feira (11).

O chefe do Executivo Estadual classificou como "inquisição, equívoco e exagero" as punições dadas contra os golpistas. Na avaliação dele, Lula precisa anistiar os golpistas, levando-se em conta o discurso adotado pelo próprio petista uma semana antes da tentativa de golpe, na qual afirmou que não haveria "revanchismo" e nem "mágoas".

"Acho que temos que pacificar o Brasil, sair dessa agenda de A contra B, o próprio presidente Lula falou isso. Acho que o presidente Lula tinha que ser o primeiro a fazer isso, dar o exemplo de que superamos essas diferenças. Seria uma grande demonstração do que ele mesmo disse que iria governar sem olhar para o passado, sem rancor e mágoa", sugeriu Mendes.