O advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Francisco Faiad, desejou sorte no futuro político da juíza Selma Rosane Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado. Pedido de aposentadoria foi apresentado na tarde da última quinta-feira (22), visando o pleito eleitoral de 2018.

“Eu não sabia desse pedido de aposentadoria. Mas só posso desejar sorte nesse novo caminho que ela tomou”, afirmou o advogado ao Gazeta Digital, encurtando as palavras.

Faiad se insurgiu judicialmente contra Selma desde que foi denunciado, em 2016, em ação da operação Sodoma, que investiga desvios de dinheiro do Governo Estadual. O advogado inclusive é responsável por um pedido de sindicância em face da juíza.

No procedimento administrativo, ainda pendente de julgamento, o ex-presidente da OAB afirma que a magistrada cometeu diversas infrações ao Código de Ética da Magistratura Nacional e à Lei Orgânica da Magistratura (Loman), como quebra do dever de imparcialidade, emissão de juízo depreciativo sobre decisão judicial, autopromoção e busca de reconhecimento com pretensões políticas.

O nome de Selma é especulado para a Assembleia Legislativa e até mesmo numa composição de chapa, como vice, junto do atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), que buscará reeleição.

A juíza é conhecida nacionalmente por suas decisões contra personagens importantes da política mato-grossense. Foi ela que determinou a prisão do ex-governador, Silval da Cunha Barbosa, no dia 15 de setembro de 2015. Selma também expediu mandados de privação de liberdade contra o ex-deputado estadual Jose Geraldo Riva.

Outros advogados

Poucos advogados consultados pela reportagem quiseram comentar o pedido de aposentadoria. A maioria solicitou a não divulgação da opinião.

Um dos únicos a comentar foi Neyman Monteiro, que atuou por diversos anos em audiências da Vara Contra o Crime Organizado defendendo Sandro Louco, antigo líder da facção criminosa Comando Vermelho. “Eu aprendi muito com a Selma, tenho muito respeito e admiração”, disse.