Parece que a derrota do deputado estadual Eduardo Botelho na eleição para prefeito de Cuiabá não ficou no passado — pelo menos não para os quadros do União Brasil. O episódio ainda é frequentemente citado como exemplo do que não pode se repetir em 2026.
Quem diz isso, sem rodeios, é o senador Jayme Campos (UB), que, mais uma vez, não economizou nas palavras para relembrar o fiasco eleitoral e alertar que o grupo pode seguir o mesmo caminho caso não tenha um candidato de consenso ao Paiaguás.
Jaime fala em ser candidato, mas o UB prefere apoiar uma eventual candidatura do atual vice Otaviano Pivetta (Republicanos). “Eu confesso aqui que o encaminhamento foi mal feito”, disparou Jayme em entrevista à TV Vila Real nesta segunda-feira (16).
Ele explicou que o duelo interno entre Botelho e o chefe da Casa Civil Fábio Garcia — apontado por Jayme como “o candidato do coração, do peito, do governador Mauro Mendes” — deixou sequelas no partido. A fórmula escolhida para resolver a disputa parecia simples: quem tivesse melhor nas pesquisas seria o candidato. “E, de fato, o Botelho, naquela oportunidade, tinha muito mais números do que o deputado Fábio Garcia”, lembrou Jayme.
Ocorre que, na prática, segundo o senador, o que se viu foi um Governo assistindo de camarote, enquanto o candidato do próprio partido penava na campanha. “Eu mesmo questionei um dia o governador. Se não engajar, reunir seus secretários, os cargos comissionados, diretores de órgãos, para que, de fato, vestissem a camisa do Eduardo Botelho. Não é traição, mas não houve um engajamento que deveria ter. Não usar a máquina, mas todo o quadro de servidores, os cargos comissionados, poderia, com certeza, fazer a diferença. Tanto é verdade que o Botelho não foi para o segundo turno por menos de dois mil votos. Eu imagino que faltou apenas uma mãozinha”, desabafou.
O senador ainda lembrou que o próprio Fábio Garcia não perdeu tempo em declarar que, se fosse ele o candidato, “ganharia a eleição”. Agora, olhando para 2026, Jayme deixa o recado para quem quiser ouvir. “Por aí você tira e faz uma avaliação de que forma essa campanha foi organizada. Agora, nós temos que acertar. Todo mundo está trabalhando. E você não pode subestimar os adversários também. Tem bons candidatos aí”, alertou.