A reforma política que tramita no congresso tem como item mais esperado a "janela" para troca de partido, que pode ser a saída para vereadores e prefeitos pré-candidatos à reeleição. O sistema eleitoral permanece como antes, permitindo coligações de vários partidos e a soma de votos de legenda.
As trocas ainda são discutidas nos bastidores porque, se a janela não for aprovada e sem a liberação do partido, a mudança leva à perda de mandato. Com a entrada do governador Pedro Taques no PSDB, um grande número de prefeitos e vereadores já manifestaram o desejo de seguir outros caminhos partidários.
Para o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e prefeito de Nortelândia, Neurillan Fraga (PSD), é difícil estimar quantos prefeitos pretendem mudar de sigla. Acrescenta que a entidade não se envolve com temas partidários, sendo restrita às questões administrativas dos municípios.
Em contramão da AMM, a presidente da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (Ucmmat), vereadora por Guarantã do Norte, Edileusa Oliveira Ribeiro (PTC), afirma que mais de 300 vereadores já manifestaram interesse em mudar de sigla.
Nos próximos dias 24 e 25, vereadores de todo o Estado estarão reunidos para discutir frentes trabalhistas dos parlamentos e também para se posicionarem sobre a filiação em outros partidos. A presidente acredita que, após esse encontro, o quadro de mudanças ficará mais claro e o número de vereadores a utilizarem da janela pode aumentar.
O texto, que abre a possibilidade de troca de agremiação, foi aprovado pelo Senado e voltou para apreciação da Câmara. Se passar, vereadores e deputados terão um prazo de 30 dias para optar por novas siglas.
A janela será aberta um mês antes do fim do período de filiação partidária ou 13 meses antes das eleições, podendo haver novas trocas a cada dois anos. Hoje, parlamentares são impedidos pela cláusula da fidelidade partidária a mudar de partido.