Temendo efeitos da Operação Ararath do qual foi alvo de mandado de busca e apreensão em seu gabinete e residência, o prefeito Mauro Mendes (PSB) se antecipou a qualquer pressão do Legislativo e compareceu na quarta-feira (21) na Câmara Municipal para apresentar aos vereadores sua declaração de Imposto de Renda dos últimos dois anos, o que é usado como tese de sua defesa para justificar a legalidade do empréstimo de R$ 3,4 milhões contraído com a Amazônia Petróleo, administrada pelo empresário Junior Mendonça, considerado pela Polícia Federal o responsável pela montagem de um megaesquema de lavagem de dinheiro envolvendo autoridades de Mato Grosso.
Conforme o líder do governo no Parlamento, vereador Leonardo de Oliveira (PTB), o prefeito Mauro Mendes explicou com detalhes a necessidade do empréstimo e a declaração para a Receita Federal, evitando assim incorrer em qualquer ilegalidade.
“O prefeito foi bastante claro e disse que está a disposição da Câmara Municipal para prestar qualquer tipo de informação. Foi uma conversa bastante franca e aberta, para evitar assim qualquer tipo de especulação ou chegar alguma informação desvirtuada pelos vereadores que poderia ser usada na tribuna”, disse.
Na quarta fase da Operação Ararath, a Polícia Federal apreendeu na casa do empresário Junior Mendonça uma nota promissória no valor de R$ 3,8 milhões assinada por Mauro Mendes que serviu de garantia para quitar a dívida contraída com o empresário Junior Mendonça. O montante emprestado foi de R$ 3,4 milhões com taxa de juros de 1,5% ao mês e contraído durante o segundo turno da campanha eleitoral de 2012 do qual saiu vitorioso no embate com o petista Lúdio Cabral.
O vereador de oposição, Allan Kardec (PT), elogiou a conduta de Mendes em prestar esclarecimentos aos parlamentares a respeito do mandado de busca e apreensão cumprido pela Operação Ararath.
“O prefeito se antecipou e houve uma boa conversa. Se não acontecesse nós apresentaríamos requerimento pedindo informações. O empréstimo feito enquanto candidato com o fomento do Junior Mendonça foi legalizado, mas a Câmara Municipal ficará atenta porque esse dinheiro foi essencial para a sua vitória no segundo turno da eleição municipal. Particularmente, acredito na Justiça e o prefeito deve ter o total direito de ampla defesa e contraditório”, disse.
alzino bernardes da silva
Sexta-Feira, 23 de Maio de 2014, 07h12Natascha Lopes
Quinta-Feira, 22 de Maio de 2014, 17h47