Os sindicatos e associações que representam as 32 carreiras do funcionalismo estadual estão em uma encruzilhada. Se não aceitarem o aumento proposto pelo Governo do Estado de 6% no salário os servidores correm risco de ficar sem reajuste por, pelo menos, dois anos.

Acontece que a União finaliza o projeto de moratória da dívida dos Estados e uma das contrapartidas é o congelamento dos vencimentos. Esse foi um dos motivos que fez o governo a apresentar uma nova proposta, ante a apresentada no dia 31 de maio de aumento de 5%.

Pela nova e definitiva proposta do governo aos servidores, o aumento será semelhante ao concedido no ano anterior. Com isso, os servidores terão aumento de 2% em setembro, 2% em janeiro e 2% em março, chegando aos 6% prometido ao funcionalismo público estadual.

Segundo o governo, com a proposta há categorias com aumento total de 23,5% como os agentes fundiário e agrário e de auxiliar fundiário e agrário. Já os professores, que é a maior categoria, terá os salários elevados em 13%, tendo em vista que no mês de maio houve um aumento de 7% no subsídio.

Na última quarta-feira (01) o governador Pedro Taques (PSDB) se reuniu com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e um dos temas da discussão foi a moratória da dívida dos Estados com a União. Nas próximas semanas, o presidente interino vai encaminhar ao Congresso Nacional a proposta de alongamento da dívida. Mato Grosso será um dos estados beneficiados, visto que só em 2015, o governo desembolsou mais de R$ 1 bilhão no pagamento de dívidas.

Antes de finalizar o projeto, a União ouviu os 27 secretários de fazenda dos estados, todos defendem dois anos de moratória, iniciando ainda em 2016 para que já possa trazer alívio no caixa dos Estados. O Governo Federal não deve flexibilizar na imposição de regras para conceder a moratória.

O Ministério da Fazenda, comandado por Henrique Meireles, tem dado demonstrações de que vai cobrar austeridade dos governadores para que os Estados, nestes dois anos, consigam sair do ‘sufoco’ e faça planejamento real de suas receitas e despesas. O ajuste fiscal dos Estados é tido como primordial pelo governo Michel Temer.

A proposta deve ser apresentada em no máximo duas semanas, a expectativa é de que o Congresso Nacional vote o projeto com celeridade, por conta da pressão dos governadores e prefeitos. O “perdão” da dívida dos Estados já consta no rombo de R$ 170 bilhões previstos para este ano.