Política Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 15h:03 | Atualizado:

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TREM PARADO

MPF aponta "mesada" para ex-juiz e venda de sentença no VLT

Anotações mostram que empresário pagava despesas políticas

Da Redação

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Investigações conduzidas conjuntamente pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal identificaram que o conluio de empresas do ramo da construção civil com interesses em contratos com o Governo do Estado e pessoas físicas influenciou decisões judiciais de um membro da magistratura federal que atuava em Mato Grosso. Uma ação penal proposta pelo Ministério Público Federal, no dia 30 de janeiro, denunciou pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, o empresário Osvaldo Alves Cabral e Julier Sebastião da Silva por atos funcionais praticados enquanto juiz federal, cargo ocupado até o dia dois de abril de 2014, quando foi publicada a exoneração dele do cargo, a pedido, para se dedicar às pretensões políticas.

A investigação por meio de monitoramento telefônico, quebra de sigilo bancário, busca e apreensão, colheita e análise de informações e oitiva de pessoas comprovou que Julier Sebastião da Silva cometeu crimes funcionais quando exerceu a titularidade da 1ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso atuando em processos de interesse do grupo representado por Osvaldo Cabral, que atuava como lobista de empresas na área de construção civil. Em troca, o então juiz federal recebia uma mesada e tinha despesas ligadas ao seu projeto pessoal e político pagas com dinheiro vindo de empresas beneficiadas por decisões dele enquanto juiz e que mantinham contratos diretos ou indiretos com o Governo do Estado.

A investigação demonstrou que a relação entre o empresário Osvaldo Cabral e Julier Sebastião da Silva vai muito além da alegada amizade entre ambos. O empresário era um dos principais articuladores políticos de Julier, sendo também um homem de confiança que arcava com diversas despesas do magistrado, além de transferir mensalmente dinheiro a ele, emprestar veículo de luxo em troca de “favores judiciais”.

Na ação, o MPF afirma que não recrimina a pretensão de qualquer cidadão de almejar o ingresso na vida política e lembra que no caso dos juízes existe a possibilidade de desligamento definitivo da magistratura para participar das eleições. “O grande problema reside na forma como esta pretensão política se materializa e na disposição em deliberadamente misturar interesses políticos e privados em afronta à probidade administrativa valendo-se do cargo de juiz federal para ceder favores a interesses de grupos econômicos e políticos, visando a facilitar e viabilizar o seu ingresso na carreira política”, afirmam os procuradores da República que assinam a ação.

LIBERAÇÃO DO VLT

Uma das empresas representadas por Osvaldo Cabral era a Planservi Engenharia Ltda, que almejava um contrato com o Consórcio VLT Cuiabá, vencedor da licitação para executar o projeto do VLT entre Cuiabá e Várzea Grande. A Planservi assinou contrato com o Consórcio VLT Cuiabá no valor de R$ 46,9 milhões, para prestar o serviço de consultoria e supervisão da obra.

O contrato foi firmado logo após as obras do VLT serem liberadas por uma decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, que atuou poucos dias no caso em substituição ao juiz titular da causa. O juiz titular, que nesse período estava de férias, havia atendido ao pedido liminar da ação civil pública dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, em agosto de 2012, e suspendeu a obra por uma série de irregularidades indicadas pelos procuradores da República e promotores de Justiça.

Os documentos apreendidos durante a investigação demonstram que Osvaldo Cabral e Valter Boulos, representante da Planservi, tinham um estreito relacionamento desde 2009, e tiveram conhecimento prévio do documento da Secopa que norteou a licitação da qual a Planservi foi vencedora. O dinheiro oriundo do contrato do consórcio VLT Cuiabá, que já havia sido empregado no pagamento do contrato com a Planservi, segue o seu caminho em direção aos denunciados pelo MPF.

A Planservi, por sua vez, contratou a ADM Oeste Construtora, no valor de R$ 850 mil, para prestação de serviços relacionados ao acompanhamento de obras, sendo o objeto do contrato “extremamente vago, sem nenhuma especificação do que seria vistoriado”. A construtora ADM Oeste pertence a Osmar Alves Cabral, irmão de Osvaldo Cabral. Depois de assinado o contrato entre a ADM Oeste e a Planservi, Osvaldo Cabral recebeu da construtora do irmão um total de R$ 501 mil no ano de 2013.

Apesar de o contrato entre as duas construtoras ter sido formalizado no valor de R$ 850 mil, os extratos bancários que a investigação teve acesso demonstram que o valor repassado à ADM foi, na verdade, de pouco mais de R$ 1 milhão. O dinheiro que saiu dos cofres públicos para o pagamento do Consórcio VLT Cuiabá, que está executando a obra do VLT, seguiu pelas contas das construtoras Planservi, ADM Oeste e foi parcialmente distribuído a Osvaldo Cabral que custeava despesas do então juiz Julier Sebastião da Silva.

Os documentos e anotações de Osvaldo Cabral, apreendidos durante a investigação, mostram a contabilidade detalhada feita por ele e que tem Julier como beneficiário de várias despesas relacionadas ao projeto político dele. Entre os anos de 2012 e 2013, a investigação apontou que Julier Sebastião da Silva recebeu ao menos R$ 135 mil em pagamentos mensais que variavam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, além de ter despesas pagas na ordem de R$ 57 mil relacionadas às articulações do juiz para dar seguimento ao seu projeto pessoal de entrar na vida política, o que ainda não acabou se concretizando já que o PMDB não o deixou disputar o Governo.

OUTRO LADO

Em nota encaminhada ao FOLHAMAX, Julier negou qualquer tipo de fraude em suas decisões. Ele disse que ainda não tem cohecimento da denúncia e irá se pronunciar tão logo tenha acesso ao documento.

Veja a íntegra da nota:

Considerando notícias acerca da eventual presença de meu nome no episódio sujeitos à jurisdição do Ministério Publico Federal, venho esclarecer que nunca mantive qualquer ligação com atos tidos por irregulares na referida apuração. Até o momento, não tenho conhecimento sobre quais os fatos estão realmente sendo investigados no referido inquérito judicial. Sabe-se apenas da existência de um suposto oferecimento de denúncia, os quais, por certo, não trazem qualquer participação deste em suposta infração. Por fim, reafirmo a confiança nas instituições envolvidas e a minha surpresa e indignação em face das notícias em questão, consignando que sempre pautei minha conduta pessoal e profissional com a mais absoluta ética, imparcialidade e seriedade, como é do conhecimento de toda a sociedade mato-grossense”.

Atenciosamente,

Julier Sebastião da Silva

 

 

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Comentários (11)

  • Jarbas

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 21h55
  • A emenda ficou pior que o soneto. Em português sofrível fala o acusado sobre a eventual presença do seu nome em episódio sujeito a jurisdição do MPF. Tenha paciência doutor a jurisdição e privativa dos magistrados. Ao MP cabe denunciar ou acusar criminosos ou seja aqueles que praticam crimes como o senhor.
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  • antonio carlos

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 20h31
  • Se quiserem falar comigo tenho algumas coisas para dizer sobre as atividades sombrias esse senhor. Com provas! Vcs têm o meu email!
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  • Cesar

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 19h41
  • COMPROVADOS OS FATOS EVIDENCIADO DE TAMANHA ILICITUDE, A SAMÇAO CRMINAL MAS ADEQUADA NA ESFERA CIVIL SERIA A PRISÃO E O RESSARCIMENTO DO ERÁRIO E A PROIBIÇÃO DE EXERCER QUALQUER CARGO PÚBLICO.
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  • JOEL

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 18h50
  • Vi um companheiro defendendo o Sr. Cidadão comum agora ,ex semi-deus , pois assim os juízes são tratados aqui na terra, com a alegação de que o mesmo não aceitou dinheiro do Sr. Arcanjo, bem óbvio não ter aceito essa grana se é que existiu essa possibilidade, aquela foi a chance junto ao senhor Pedro Taques do estrelato, da fama, de serem reconhecidos como os salvadores da Pátria... os justiceiros.....Pedro Taques já começou a pisar em seu próprio calo, falou, falou e falou e já começou a fazer um monte de coisa se desdizendo, sem citar os tais cargos a deputados e só citando que não cumpriu sua promessa de dar os cargos fins a técnicos de carreira, já pos um monte de papagaio de pirata nas secretárias que se brincar não devem nem saber o fim das mesmas. Mas só voltando ao assunto do cidadão comum Julier .... o que leva um cidadão a deixar a carreira mais respeitada e cobiçda do funcionalismo público para se embrenhar na política.... só uma coisa explica isso $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$. E mais uma vez voltando ao assunto, quero ver quando esses almofadinha do MPq ue o senhor Pedro Taques escolheu para seu Staff começarem a ter seus nomes divulgados............. CLAMAMOS..................... FALA EDER...... FAÇA JUS AQUELA CONVERSA SUA NO WATHSAP QUE MATO GROSSO TODO OUVIU........ LEMBRO BEM QUE VOCÊ FALOU: ANTES DE EU IR PRA GRANDE ELES VÃO PRIMEIRO QUE EU....... DEVE TER GENTE NESSE MT QUE NEM TA DORMINDO.
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  • Adonias

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 18h17
  • Esta é a primeira de uma série. Vem mais por aí e pode até sair prisão. E esperar para ver
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  • Dornele$

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 16h29
  • Osvaldo Cabral, cabrito, bode, carneiro, ovelha. A fauna esta mesmo é para os lobos em pele de cordeiros!
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  • marcelo arruda

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 16h16
  • Poço de arrogância na magistratura e agora cai na vala comum dos denunciados, tem um ditado que afirma: "a ocasião faz o ladrão".
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  • Tobias de Aguiar

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 16h00
  • Será??? Homem íntegro na chapa de Silval e Teté BVezerra? Como pode um homem íntegro ser investigado pela Polícia Federal? E as escutas telefônicas? E os arquivos retirados do computador do gabinete do juíz? Quem colocou o "arcanjo" na cadeia foi o Promotor com a Polícia Federal. O juíz agiu no embalo e na luz dos Holofotes.
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  • Antonio Claras

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 15h38
  • Para um homem/deus que fornecia de antemão informações sobre ações midiáticas à jornais e tv com fotos dele (com ele mesmo ao fundo num quadro) seria, naturalmente, capaz de tudo para entrar na política! E agora Julier !!?? Com a palavra:Seus defensores fiéis.
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  • Glaucia Cristina

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 15h29
  • "Quem te viu, quem te vê" ou seria "lobo na pele de cordeiro" ?
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  • Ser?????

    Terça-Feira, 03 de Fevereiro de 2015, 15h20
  • O Ministério Público esta viajando na maionese. Julier é homem integro. Se fosse corrupto teria aceitado dinheiro do Arcanjo, a quem denunciou e sentenciou. O Ministério Público Federal deveria investigar as cartas de crédito de seu co-irmãos do MP Estadual.
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