Pastores ignoram multas e tentam cooptar votos para Bolsonaro dentro de igrejas em MT

 

Apoiadores incondicionais do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição no próximo dia 30 de outubro, em segundo turno, os evangélicos têm demonstrado a simpatia pelo atual chefe do Palácio do Planalto. No entanto, alguns líderes religiosos acabaram extrapolando os limites da legislação eleitoral e podem ser punidos pela prática de propaganda eleitoral irregular, com multas que variam entre R$ 2 mil e R$ 8 mil. 

É o caso de dois pastores, que recentemente gravaram vídeos de apoio, dentro dos templos que comandam. Um deles é Osvaldo Coutinho, que preside a Igreja Batista Nacional (IBN) Cristo Rei, em Várzea Grande. Durante um culto, ele diz não ser simpatizante da esquerda cita nominalmente o presidente e seu número de partido. 

“Nunca fui simpatizante do movimento de esquerda. Nunca fui. É um problema meu, sou cidadão e tenho direito tanto quanto os outros. Ainda mais agora vendo o que os países irmãos vizinhos estão sofrendo depois que o adotaram. Como vivo nesse estado democrático, no uso da minha liberdade como cidadão, agradando ou não agradando, fico com Bolsonaro. É Bolsonaro 22. Que Deus abençoe o Brasil”, afirmou. 

 

Outro caso é o do pastor Jair Fernandes, que preside a Assembleia de Deus em Tangará da Serra. Em um vídeo onde aparece com o ex-prefeito do município, Fábio Junqueira, além de diversos evangelistas da igreja, o líder religioso pede votos explicitamente ao presidente da República. 

"Estamos aqui para pedir o seu empenho e o seu voto. Dia 30 de outubro é o dia em que deveremos estarmos nas urnas. Eu te aconselho, te peço que não deixa de votar. O seu voto é muito importante para elegermos novamente o nosso presidente e o número é 22", declara o líder religioso. 

Embora aleguem estar exercendo o direito da liberdade de expressão, os religiosos esbarram na legislação. O artigo 37 da Lei Eleitoral proíbe a propaganda eleitoral de qualquer espécie em locais de uso comum, como templos, cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada. O descumprimento pode gerar multa por propaganda irregular no valor de R$ 2 mil a R$ 8 mil.