A juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Santos Arruda, mandou num prazo de cinco dias a contadora e ex-servidora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Marisol Castro Sodré, entregar um pen drive contendo “o caixa diário” paralelo do órgão entre os anos de 2009 a 2013. A ação penal é derivada da operação “Célula Mãe”, desdobramento da “Metástase”, que investiga o desvio de verbas de suprimento de fundos dos deputados estaduais utilizados para realizar pequenas despesas, que não precisam de licitação, no valor de R$ 2 milhões.
O pedido de entrega do pen drive foi feito pelas defesas do ex-presidente do Legislativo, José Riva (sem partido), e de um dos seus ex-chefes de gabinete, Geraldo Lauro. A perícia no dispositivo será realizada pela Politec.
A determinação é da última sexta-feira. “Defiro o requerimento formulado pelas defesas dos acusados Geraldo Lauro e José Geraldo Riva. Intime-se a defesa da colaboradora Marisol Castro Sodré para que apresente em Juízo, no prazo de 05 dias, o dispositivo digital (pen drive) contendo arquivo do caixa diário dos anos de 2009 a 2012 e 2013. Com ele nos autos, encaminhe-se a mídia à Politec”, diz trecho da decisão.
Em depoimento à juíza Selma Arruda em fevereiro de 2016, Marisol Castro Sodré disse que parte dos desvios eram entregues por outra ex-chefe de gabinete de Riva, Maria Helena Caramelo, a uma das filhas de Riva, a deputada estadual Janaína Riva (PMDB). Segundo Marisol, a parlamentar recebia R$ 4 mil em envelopes mensais “sem prestar os serviços previstos nas verbas de suprimento”.
Janaína emitiu uma nota na época se defendendo, dizendo que “cabe a quem acusa o ônus da prova”. A parlamentar desafiou Marisol a “provar” que os pagamentos eram feitos, dizendo que nunca precisou dos recursos pois “sempre teve seus negócios”.
NOVO DEPOIMENTO
Após a perícia da Politec no pen drive da ex-servidora, a juíza Selma Arruda vai marcar uma data para o novo depoimento do ex-deputado José Riva nesta ação penal. “Vindos os laudos das perícias, voltem os autos conclusos para designação de data para realização do reinterrogatório do acusado José Geraldo Riva”, avisa.
A tendência é de que o ex-presidente da Assembleia Legislativa assuma os crimes imputados pelo Gaeco. O ex-deputado quer acesso as planilhas para detalhar os desvios.
Investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam que no período compreendido entre 2010 e 2015 o ex-presidente da AL-MT, José Riva, comandava um esquema que desviava verbas de suprimentos de fundos para o pagamento de suas próprias despesas, como o combustível de sua aeronave particular, pagamento de honorários advocatícios, entre outros. Além disso, o ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado.
A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas, também faziam parte da lista. Em setembro de 2015 investigações realizadas pelo Gaeco em parceria com o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE-MT), resultaram na operação “Metástase” com a prisão de 22 pessoas. De acordo com informações do Gaeco, no grupo existiam dois empresários e 20 servidores. Todos eram lotados na presidência da AL-MT na época em que a Mesa Diretora era presidida pelo ex-deputado José Geraldo Riva.
Após desencadeada a primeira fase da operação, as provas obtidas pelo Gaeco levaram a uma nova operação, desta vez denominada “Célula Mãe”. A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, decretou a prisão do ex-presidente da AL-MT juntamente com outros servidores da Casa que eram ligados a presidência na gestão de Riva, como Geraldo Lauro, Maria Helena Ribeiro Caramelo e o ex-auditor geral do poder legislativo, Manoel Marques.
Investigações do Gaeco revelaram que a maioria dos servidores do Legislativo que foram presos durante a 1º fase da operação efetuaram saques em dinheiro em agências bancárias. Posteriormente, os valores oriundos da verba de suprimentos eram entregues em espécie aos servidores Maria Helena Ribeiro Ayres Caramello e Geraldo Lauro, que eram os chefes de gabinete do ex-presidente, José Riva.
As notas fiscais falsas eram feitas com ajuda dos ex-servidores Manoel Marques Fontes e também Vinicius Prado Silveira, segundo o MPE-MT. Maria Helena Caramelo é apontada pelos funcionários públicos como "xerife", chegando até a realizar ameaças contra os participantes da fraude.
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Domingo, 24 de Setembro de 2017, 21h28Pacufrito
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 20h31JOSE LOREN?O PROEN?A(PM-Rr)
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 16h54Servidor
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 16h29Gustavo
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 16h23Luiz Cuiabano
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 14h21VERGONHAS DE MT(POL?TICOS)
Domingo, 24 de Setembro de 2017, 13h34