PF conclui que vídeo contra juíza teve cunho pessoal

 

A investigação sobre a autoria do vídeo apócrifo que denunciava a juíza Ana Cristina Silva Mendes por manter estreitas ligações com a família do deputado José Riva (PSD) foi concluída e entregue à magistrada. O autor do material, apesar de ser ligado a uma coligação, é um desafeto pessoal da juíza e a corregedora do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT), desembargadora Maria Helena Póvoas, entendeu que o fato não teve cunho político. 
“Estamos encaminhando para a juíza acionar a pessoa na Justiça Comum. O que ficou claro nas investigações é que apesar de ter ligação com candidato, não há interesse político. A intenção era afastar a juíza por ter problemas pessoais com ela e aproveitou o momento e a situação para fazer uma retaliação”, comentou. 
Ainda de acordo com a corregedora, ficou comprovado que a pessoa tinha um problema de ordem pessoal com Ana Cristina e tentou desacreditá-la por ser a juíza da propaganda eleitoral. Sobre a apuração do envolvimento da magistrada com a família Riva, a desembargadora, que vinha defendendo Ana Cristina, voltou a contar que acompanhou a juíza em muitas das reuniões que foram realizadas na Assembleia Legislativa para ministrar palestras sobre violência doméstica. “A juíza tem vida social, como eu tenho e como todo mundo tem. Ela esteve na Assembleia Legislativa por diversas vezes comigo e com a promotora de justiça Lindinalva (Rodrigues Dallas Costa)”, argumentou. 
A Coligação Coragem e Atitude para Mudar, liderada por Pedro Taques (PDT), apresentou 23 pedidos de suspeição contra a juíza Ana Cristina, no entanto todos foram rejeitados pelo relator Lídio Modesto da Silva Filho, que contrapôs todos os argumentos utilizados no pedido. O advogado Paulo Taques, coordenador jurídico da coligação, recorreu da decisão. 
O vídeo que circulou nas mídias sociais revela que o marido de Ana Cristina, tenente-coronel da PM Alexandre Correa Mendes, teria sido promovido a pedido do deputado José Riva (PSD) e mostra ainda o oficial em ato político do deputado. Além de trazer fotos retiradas da rede social a juíza ao lado de Janete Riva. O fato é que Ana Cristina atuou na Vara da Família e participou de eventos promovidos pela esposa do parlamentar na época em que esta presidia a Sala da Mulher. 

A juíza Ana Cristina Silva Mendes disse que pretende tomar as medidas cabíveis contra o autor do vídeo que a acusa de ser próxima a família do deputado José Riva (PSD), porém ela deverá esperar terminar as eleições para entrar com ação na Justiça Comum por danos morais. Ela deve entrar com ação por difamação, calúnia e injúria. 

A conclusão da investigação realizada pela Polícia Federal sobre a autoria do vídeo que circulou nas mídias sociais foi entregue na quinta-feira para a magistrada. Ela disse que ainda não leu todo o relatório e preferiu não informar o nome do acusado. No entanto, a corregedora do TRE/MT, desembargadora Maria Helena Póvoas, informou que trata-se de um desafeto pessoal da magistrada. 

Ana Cristina teve a imagem dela e da família exposta de maneira negativa após aparecer em um vídeo que contém fotos dela, postadas nas redes sociais, ao lado da candidata ao governo do Estado, Janete Riva (PSD). Além disso, o marido dela, tenente-coronel da PM Alexandre Correa Mendes, é citado acusado de ter sido promovido na carreira militar a pedido de José Riva (PSD), além de também aparecer em ato político do parlamentar, sob a suspeita de que faria segurança do social-democrata. A filha da juíza também é citada por ter sido nomeada como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa.