O prefeito de Brasnorte (596 km de Cuiabá), Edelo Ferrari (UB), fez graves acusações contra os delegados da Polícia Civil de Mato Grosso, Eric Fantin, que atuava na cidade, e Antônio Carlos Pinzan Júnior, lotado na delegacia de Cáceres (225 km de Cuiabá), por supostamente fazerem um "complô" contra ele. Ele classificou como "politiqueira" a Operação Tracker, na qual o irmão dele, Elizandro Ferrari, é investigado por tráfico de drogas para atingi-lo. O gestor e Fantin possuem embates anteriores e irão concorrer ao pleito em 2024.

A Operação Tracker, deflagrada pela Polícia Civil no dia 22 deste mês investiga uma associação criminosa envolvida no tráfico de drogas em várias regiões do Estado. Ao todo foram, cumpridos 34 mandados judiciais com busca e apreensão e prisão preventiva em Cuiabá, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Cáceres, Diamantino, Matupá, Porto Esperidião e Tangará da Serra. 

Um dos alvos foi o irmão do prefeito, o empresário e publicitário Elizandro Luiz Ferrari, de 46 anos, que chegou a ser preso, mas foi posto em liberdade pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, que não viu elementos suficientes para manter sua prisão preventiva. Além disso, o magistrado acolheu as alegações da defesa apontando que o empresário sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há poucos dias e precisa de acompanhamento médico regular.

Em entrevista à Rádio Band FM nesta terça-feira (27), o prefeito afirmou que a ação foi "politiqueira" e revelou que o delegado de Cáceres, Antônio Carlos Pinzan, possui uma "ligação" com Eric Fantin, que atualmente é pré-candidato a prefeito de Brasnorte. 

"Nós ficamos sabendo ontem que o delegado de Cáceres o Antônio Carlos Pinzan Junior, que pediu a prisão erroneamente do meu irmão, se formou e fez academia junto com o Eric e passou no mesmo concurso que ele. Se ambos têm ligação não posso afirmar, mas que eles se conhecem, é um fato", revelou. 

O prefeito disse ainda que durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa dos pais, feito por uma equipe de Campo Novo do Parecis, uma viatura com dois policiais militares de Brasnorte apareceram e, em seguida, uma mulher em outro carro, que seria amiga de Eric.  "Curiosamente, depois vimos pelas câmeras, chegou uma viatura daqui com dois policiais e em seguida um carro sendo de uma amiga do Eric para tirar foto e jogar nos grupos. Até então, a polícia de Campo Novo do Parecis estava em uma caminhonete descaracterizada", contou.

O chefe do Executivo Municipal disse ainda que levará a denúncia ao governador Mauro Mendes (União Brasil) e que também espera que a Corregedoria da Polícia Civil investigue a ligação entre os investigadores. Além disso, Edelo Ferrari lembrou que o delegado possui um passado conturbado na instituição, chegando a ser transferido de cidade por "causar confusões" anteriores. "É lamentável, foi uma prisão arbitrária. A prova disso é que o delegado teve problemas com outros policiais civis em Colniza, tem acusações de outros policiais, arrumou briga com policiais de Aripuanã. Por onde ele passa vai deixando a catinga, vai devastando arrumando confusão", relembrou. 

RELEMBRE - O delegado Eric Fantin e o prefeito Edelo Ferrari estão envolvidos em polêmicas desde dezembro de 2022, após Fantin indiciar o vereador da cidade, Reginaldo Carreirinha (MDB), e mais três por crimes de estelionato, receptação, crime ambiental, tributário e de lavagem de dinheiro, envolvendo a aquisição e venda indevida de terras pertencentes à União. 

O delegado pediu ainda autorização do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para poder investigar o prefeito. Em fevereiro deste ano, áudios revelaram uma discussão entre o vereador, o prefeito e o delegado, que foi transferido de cidade após criminosos terem oferecido R$ 1 milhão pela morte dele.