O vereador Adevair Cabral (PDT) convidou Toninho de Souza (PSD) para voltar a se filiar à legenda, caso o diretório municipal do PSD atenda a representação feita por João Emanuel (PSD) contra ele.
O ex-presidente da Câmara de Cuiabá acusa o correligionário de infidelidade partidária por ter proferido voto pela sua cassação enquanto presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
Adevair sustenta que Toninho demonstrou coerência ao atuar à frente da Comissão que apurou as denúncias de suposto envolvimento de João Emanuel em um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público e que culminou no pedido de perda de mandato.
“Um vereador não pode ser omisso, independente do partido. Se ele [Toninho] identificou indício de corrupção, fez a coisa certa, por isso o convidei”, explica o pedetista.
Toninho afirma se sentir lisonjeado pelo convite do PDT e confirma existir um “desconforto” dentro do PSD devido à situação. “Vou fazer minha defesa com tranquilidade, não tenho prazo para entregá-la. Sei que cumpri meu papel de vereador. Eu só estaria errado se tivesse infringido uma resolução partidária, mas isso não aconteceu porque essa resolução não existe”, completa.
O vereador ainda disparou contra João Emanuel ao declarar que o social-democrata não participa das reuniões do partido. “Além disso, se existe alguém que trouxe prejuízo ao PSD, não sou eu”, alfinetou.
Ele também revelou que os sociais-democratas estão discutindo a possibilidade de implementar uma resolução interna que preveja que correligionários não possam votar entre si nesses casos.
ENTRAVE
O PSD não possui um código de ética, o que pode causar problemas ao Diretório Municipal na apreciação da representação de João Emanuel contra Toninho.
O presidente do PSD em Cuiabá, Wilson Teixeira, o Dentinho, contudo, garantiu que o partido vai analisar nos próximos dias o pedido. O documento já foi tema de uma reunião na noite da última terça-feira (15). A legenda, todavia, ainda não definiu qual caminho tomar. “O partido está muito abalado com toda esta situação. Não é bom ter dois vereadores em conflito”, disse o presidente.