Gazeta Digital
A defesa da ex-primeira dama Roseli Barbosa ingressa nesta quarta-feira (26) com pedido de reconsideração de liminar em habeas corpus para reivindicar novamente a liberdade diante do entendimento de que é desnecessária, constrangedora e ilegal a ordem de prisão autorizada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda.
O pedido de liberdade já foi negado na segunda-feira (24) pelo desembargador Rondon Bassil Dower Filho, porém, o magistrado entrou em férias no dia seguinte, o que levou a uma redistribuição dos habeas corpus dos envolvidos na Operação Ouro de Tolo deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Os pedidos de liberdade agora estão sob a responsabilidade do desembargador Orlando Perri, que firmou o entendimento de que não há elementos suficientes para manter a prisão do ex-assessor da Setas (Secretaria de Trabalho e Assistência Social), Rodrigo de Marchi, substituindo-a por medida restritiva de direito.
Ele tinha o papel de ordenar despesas e é considerado pelos promotores de Justiça peça chave no esquema que desviou até R$ 8 milhões dos cofres públicos. Conforme a denúncia do Gaeco, Marchi seria o intermediário em levar 40% da propina para Roseli Barbosa.
“Estamos confiante em uma decisão o mais breve possível. Pelos autos do processo, não há necessidade de perdurar essa prisão preventiva”, comentou o advogado Francisco Faiad.
Roseli Barbosa é considerada pelo MPE chefe de uma organização criminosa. Na primeira fase da fraude, de acordo com o MPE, foram criadas instituições sem fins lucrativos de fachada para firmar convênios com a Secretaria de Assistência Social.
Após o recebimento do valor do convênio, a empresa ficava com 36% do valor total do contrato e repassava 40% do valor desviado à secretária Roseli Barbosa em dinheiro e 24% para Silvio Cézar Correa, então chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, e para Rodrigo de Marchi. A propina recebida também era usada para pagamento de dívidas de campanhas eleitorais.