O principal alvo da segunda fase da Operação Athena é Edson Fernandes de Moura, ex-diretor administrativo e financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Também estão na mira da operação Paulo Vitor Ribeiro de Magalhães e Lorrane Bezerra Lopes, ex-servidores da estatal de saúde, e a empresária Nahiara Cristina Pinto Picinatto, suposta proprietária da empresa NS Picinatto Tecnologia da Informação e Segurança.
A ação foi deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (1º de agosto). Conforme a decisão judicial, foram sequestrados imóveis, veículos e valores que totalizam quase R$ 4 milhões.
Os investigados estão proibidos de manter contato entre si, acessar repartições da saúde municipal e sair da comarca sem autorização da Justiça, devendo ainda entregar seus passaportes. Além disso, Lorrane, atualmente lotada na Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT), foi afastada das funções por determinação judicial.
Nahiara Picinatto é esposa do empresário Selberty Artênio Curinga Picinatto, alvo da primeira fase da operação e apontado como sócio-proprietário da Lume Divinum Comércio e Serviços de Informática Ltda., empresa suspeita de sobrepreço em notas fiscais emitidas para a ECSP. Após a primeira fase, Nahiara constituiu a empresa NS Picinatto Tecnologia da Informação e Segurança, que agora também é investigada.
Já Paulo Vitor Ribeiro de Magalhães e Lorrane Bezerra Lopes, são ex-funcionários da estatal municipal de saúde. O material apreendido nesta segunda fase da operação deve subsidiar novas diligências da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), que apura a atuação do suposto esquema criminoso na saúde de Cuiabá entre 2022 e 2024.
PRIMERA FASE
Deflagrada pela Deccor em setembro de 2024, a primeira fase da Operação Athena cumpriu 16 mandados de buscas, sequestro de bens e afastamento de função pública contra investigados por um esquema criminoso na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, da Prefeitura de Cuiabá, entre 2021 e 2024. A ação investiga um esquema criminoso que beneficiaria a empresa Lume Divinum Comércio e Serviços de Informática Ltda., que recebeu mais de R$ 2,6 milhões da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, somente em 2022. A empresa sequer possui espaço físico, funcionando em uma quitinete.
À época, dentre os alvos estavam o então diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, Giovani Koch, Gilmar de Souza Cardoso (ex-secretário-adjunto de Gestão na Saúde de Cuiabá), Rosana Lidia de Queiroz, Celio Rodrigues da Silva (exsecretário) e Paulo Sérgio Barbosa Rós (secretário-adjunto de Atenção Hospitalar e Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá). Também são investigados Eduardo Pereira Vasconcelos (ex-diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Pública), Vinicius Gatto Cavalcante Oliveira, Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, Lauro José da Mata e Selberty Artênio Curinga.