TSE manda investigar "barão do agro" de MT por bancar ato pró-Bolsonaro

 

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, determinou a continuação da investigação dos responsáveis pelo “7 de Setembro pró-Bolsonaro”. Ocorrido em 2022, o feriado da Independência do Brasil acabou se transformando num ato eleitoreiro em benefício ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo o ex-candidato ao Senado por Mato Grosso de 2022, Antônio Galvan, como um dos seus apoiadores financeiros.

O ministro Benedito Gonçalves negou na última segunda-feira (6) o pedido de quebra de sigilos bancário e telefônico de Galvan, entendendo que a medida, neste momento processual, seria “desproporcional”. “Embora haja divergência quanto aos valores envolvidos e ainda que fosse possível estabelecer uma limitação temporal para a medida, a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos investigados, de modo a se promover uma verdadeira devassa, mostra-se, ao menos neste momento, medida desproporcional”, entendeu o ministro.

Benedito Gonçalves, porém, determinou a continuidade das investigações. A ação foi proposta pela campanha do então candidato Luís Inácio “Lula” da Silva (PT), em 2022, e além de Galvan, cita o pastor neopentecostal, Silas Malafaia, e também Júlio Augusto Gomes Nunes, João Antônio Franciosi, Gilson Lari Trennepohl, Vanderlei Secco, Victor Cezar Priori, Renato Ribeiro dos Santos, Jacó Isidoro Rotta, Luiz Walker e Marcos Koury Barreto.

Os autos agora continuam seu trâmite para a fase instrutória, a produção de provas, como depoimentos e eventuais perícias. “Não se descarta que, à luz de outros indícios coletados na instrução, essa prova possa ser reexaminada, com base em justificativa e delimitação mais precisas”, analisou Benedito Gonçalves.

De acordo com o processo, o grupo estaria por trás da comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, ocorrido em Brasília (DF) no dia 7 de setembro do ano passado. Além dos tradicionais tanques de guerra, o evento contou até com tratores e maquinários, representando o apoio dos empresários do agronegócio ao ex-presidente.

A comemoração do Bicentenário também foi marcado por Bolsonaro, sem a sua faixa presidencial, subir num trio elétrico trazido por apoiadores, e puxar o coro “imbrochável” ao lado de sua esposa, Michele Bolsonaro, para delírio de sua plateia.