Vereador alega que rompeu com Emanuel por "pressão dos bairros"

 

O vereador Marcus Britto (PV) revelou o motivo de ter se afastado do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Em entrevista à Rádio Cultura, nesta terça-feira (2), ele contou que suas indicações passaram a não serem atendidas, bem como promessas não foram cumpridas.

"Eu fui muito parceiro e reconheço o trabalho do prefeito. Ele fez um bom primeiro mandato, mas teve um momento de desgastes e eu não tenho tamanho para sofrer com isso. Quem tem é quem está ao lado dele nas indicações. As minhas indicações estão super atrasadas e eu tenho que ficar brigando no plenário para recebê-las", explicou o legislador. Em março deste ano, Britto votou favorável pela abertura da Comissão Processante contra o prefeito.

O Parlamento aprovou a abertura da CP por 16 votos a 8. A votação se deu uma semana após o chefe do Executivo municipal ser afastado do cargo, suspeito de chefiar uma organização criminosa na Secretaria Municipal de Saúde que teria desviado R$ 220 milhões.

Foi o 17º pedido feito para investigar o gestor. Todas as outras vezes os pedidos foram rejeitados pela base governista. "Sempre fui um vereador independente. Nunca fui base alienada. Fui relator da CPI dos Medicamentos e sempre fui base. Meu afastamento se deu porque muitas coisas foram prometidas para mim como base e não foram cumpridas", desabafou o parlamentar.

Ele relatou ainda que por não ter indicações atendidas, sua imagem nos bairros da capital foi afetada. Apesar do afastamento, o vereador ressaltou que não rompeu de vez com Pinheiro.

Ele enfatizou que ambos são políticos e precisam ser 'republicanos'. "Acabei ficando mal em bairros porque vou fazendo minhas promessas e não consigo cumprir porque as secretarias não me ajudam. Não digo que é um rompimento [definitivo]  porque somos políticos. Várias obras eu tive que tirar do meu salário, do meu bolso, então é isso", finalizou.