Vereador rebate Abilio sobre ligação com CV: "vai ter que provar"

 

Após o prefeito eleito Abilio Brunini (PL) dizer que a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá estaria "corrompida" por fatores externos, entre ele o um suposto envolvimento como a facção criminosa Comando Vermelho (CV), os vereadores Jefferson Siqueira (PSD) e Rogério Varanda (PSDB) rebateram, nesta quinta-feira (7), a fala do bolsonarista. Os parlamentares detonaram a interferência do futuro gestor que tenta emplacar a correligionária Paula Calil (PL) na presidência do biênio 2025/2026. 

Além de suposto apoio do Comando Vermelho, Abilio denunciou que parlamentares ligados ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (UB), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), estariam articulando para manter cargos e contratos na Prefeitura de Cuiabá em 2025, além de comandar a Casa de Leis. Brunini defende o nome da vereadora eleita Paula Calil, enquanto que a oposição trabalha o nome de Jefferson Siqueira, que afirma já ter 12 votos. 

“Quando ele fala sem responsabilidade, quando ele envolve o nome do ministro Carlos Fávaro que nem aqui está, que não sentou um minuto comigo para falar sobre Mesa Diretora, prefeito Abilio você vai ter que provar isso. Porque o senhor falou e o senhor vai ter que provar, não existiu conversas, tratativas, não existiu reuniões, não sentamos com Botelho, com Fávaro, não sentamos com ninguém", garantiu Siqueira.

Com uma passagem bíblica, Siqueira ainda cobrou respeito de Brunini."É um fundamento cristão, mas que cabe em qualquer lugar, o respeito gera reciprocidade, qualidade no ambiente do trabalho, harmonização. Nós não podemos aceitar que o discurso irresponsável, uma fala irresponsável de alguém que acha que é maior porque se elegeu prefeito. A ponto de dizer que vai interferir nas ações desta Casa sendo que inicialmente o próprio disse a nós que iria cuidar da transição, paz e amor, respeitar até quem esteve do outro lado, mas agora o discurso já mudou", observou o vereador.

Indignado, o vereador também teceu críticas contra publicações na imprensa. "Não posso aceitar que possamos viver uma ditadura de alguém que se acha maior. A Câmara tem sua isonomia, independência e não vamos aceitar essa interferência e usando a mídia para isso, que muitas vezes é omissa, está fazendo conchavos, batendo palma e sem dar direito de resposta", criticou. 

Já o vereador Rogério Varanda, que não foi reeleito e nem participará da eleição da Mesa Diretora, foi mais duro em suas falas. Ao reagir contra as declarações de Abilio Brunini, o tucano as classificou como "vergonhosas e rídiculas', dizendo que o bolsonarista tem "gana pelo poder" e "falou baboseiras".

"Eu não sabia até então que um prefeito teria tanta gana pelo poder. Já vi de tudo, mas um prefeito não se colocar como prefeito é vergonhoso! Colocar todo mundo num mesmo balaio, sem citar nomes, esse quer ser o prefeito de Cuiabá? Ridículo o que ele falou, desrespeitoso. Ele deveria se preocupar  com o que ele tem para fazer, buscar ajuda competente para fazer uma boa administração aí fica falando baboseira, que tem gente se vendendo", disparou.