O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) indicou estar sem tempo para participar das discussões relacionadas à situação política e partidária do seu correligionário, o vereador Chico 2000 (PL). Segundo o gestor da capital, são aguardadas questões jurídicas para se manifestar melhor sobre o caso e quais providências serão tomadas a respeito. 

“Se discutiu, eu não participei, porque realmente eu não tô tendo muito tempo para desenvolver essas discussões partidárias, mas a parte de que vai esperar essa decisão jurídica aí, acho que isso é uma decisão que vai ser tomada”, alegou. 

Em relação ao fato de que a Operação Perfídia teria possivelmente sido deflagrada em função de denúncia partida de um fato que chegou a seu conhecimento anteriormente, Brunini declarou que não teve acesso aos dados da investigação e não tem conhecimento de como as investigações têm tido andamento e tampouco tem acesso ao desenrolar dos fatos. 

“Se é a denúncia que eu fiz, ela pode ter se desenvolvido melhor junto da polícia. Eu não tomei conhecimento de como ela se desenvolveu diante da polícia. Eu tomei conhecimento daquilo que foi feita a denúncia. A denúncia é séria e ela tem que ser apurada. Se a polícia encontrou indícios, aí eu acredito que é uma avaliação dela poder compartilhar esses dados”, justificou. 

Mesmo com mais informações divulgadas pela imprensa, o prefeito optou por não fazer mais comentários. Ele ainda esclareceu que não há mais relações entre a prefeitura de Cuiabá e a empreiteira HB20, denunciada na operação, e que não tem conhecimento se mais vereadores estariam envolvidos no suposto esquema. 

Já a primeira-dama e vereadora Samantha Iris (PL) afirmou que não é capaz de opinar por ser novata na Câmara. "A polícia vai fazer seu papel. Eu particularmente, Como cheguei agora nessa legislatura, não sei os procedimentos a serem feitos nesse caso. Eu realmente não sei, mas a Câmara deve adotar procedimentos necessários nestes casos. A gente precisa avaliar essa documentação e a partir do teor vamos analisar os próximos passos, mas estou aprendendo agora", declarou. 

Ela ainda afirmou que por se tratar de situação da legislatura passada não sabe fazer comentários sobre o caso e garantiu que é um momento novo na Câmara.   

Conforme noticiado anteriormente pelo GD, no dia 29 de abril a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a Operação Perfídia, com o objetivo de investigar crime de corrupção na Câmara Municipal de Cuiabá, envolvendo a empresa responsável pelas obras do Contorno Leste. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, incluindo em gabinetes dos vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL), além de busca nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, onde o crime teria ocorrido. 

A operação investiga uma obra pública, questão de corrupção e propina da gestão passada. Foram realizadas buscas nas casas de ambos. As investigações tiveram início a partir de denúncia recebida pela DECCOR em 2024, noticiando que vereadores teriam solicitado, a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, propina para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à referida empresa no ano de 2023.

Uma parte dos valores foi depositada em conta indicada por um dos vereadores, e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie ao parlamentar, no interior de seu gabinete na Câmara, onde as negociações teriam ocorrido.