Quarta-Feira, 09 de Julho de 2025, 12h24
CIDADE DO PRAZER
Juiz vê "barrigada" de prefeito e manda cassado recorrer ao TRE
Reeleito é acusado de comprar votos de índios com frango
BRENDA CLOSS
Da Redação
O juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral de Brasnorte, manteve as cassações do prefeito Edelo Ferrari (UB), da vice dele, Roseli Borges (PSB), e do vereador Gilmar Celso Gonçalves (UB) por comprar votos de indígenas com frangos congelados e combustíveis na eleição municipal de 2024. Decisão consta no diário oficial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) desta quarta-feira (09).
"Em atenção ao recurso apresentado, mantenho a sentença por seus próprios fundamentos. Intime-se o recorrido para apresentação das contrarrazões. Após, remetam-se os autos ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso para processamento do recurso, com notas de elogio e consideração àquela Corte", diz trecho. O magistrado ainda destacou que o recurso deveria ter sido apresentado ao próprio TRE-MT e não na Corte de origem. "Destaco a não apreciação da admissibilidade recursal por esta instância originária, tendo em vista que tal atividade, na Justiça Eleitoral, pertence exclusivamente ao órgão ad quem".
Edelo, Roseli e Gilmar foram cassados no dia 02 de julho pela compra de voto e transporte ilegal de indígenas da etinia Enawene Nawe para votarem no dia 6 de outubro. O magistrado determinou a realização de novas eleições para a cidade. Edelo foi reeleito de forma apertada com uma diferença de apenas 155 sufrágios. Ele obteve 4.634 votos (50,85% dos válidos) contra 4.479 (49,15% dos válidos) do ex-delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Eric Fantin (PL).
Também foi apontado nos autos que houve incentivo indevido para que alguns indígenas transferissem o domicílio eleitoral, mediante promessas e vantagens indevidas. Por fim, o MPE relatou a compra de votos do grupo, com oferecimento de dinheiro, combustível e frangos congelados.
O juiz também condenou o vereador Gilmar Celso à sanção de inelegibilidade para as eleições que se realizarem nos próximos 8 anos subsequentes ao pleito de 2024, em razão da participação direta na execução dos atos. Gilmar Celso junto com o irmão e Rogério Gonçalves também foram multados em R$ 53 mil.
No entanto, o magistrado deixou de declarar a inelegibilidade de Edelo e Roseli Borges por não ficar comprovada as participações dolosas ou anuência nas condutas ilícitas deles. Na sentença, o magistrado também ordenou a realização de uma nova eleição para a Prefeitura de Brasnorte.
O juiz determinou ainda a recontagem dos votos obtidos para o cargo de vereador com o consequente recálculo do quociente eleitoral e partidário, anulando os votos de Gilmar Celso Gonçalves, o que pode mudar inclusive a composição da Câmara Municipal de Brasnorte.
Dois dias após a cassação, indígenas realizaram um protesto em frente ao Fórum de Brasnorte em defesa do prefeito cassado Edelo Ferrari. O grupo cobrou respeito ao voto indígena e ao processo democrático, levando cartazes com frases como “também temos direito de votar”, “respeitem a democracia” e “juiz não gosta de índio”. Um representante chegou a dizer que Edelo, desde seu primeiro mandato em 2020, possui um "legado" ao ajudar os povos originários.
TJ vê indícios de “calúnia” e mantém ação de deputado contra vereadora
Domingo, 13.07.2025 22h06
Justiça manda Estado pagar "horas extras da Covid" para professores
Domingo, 13.07.2025 22h05
Após espionar ministros do STF, coronel deixa MT e vai a prisão federal
Domingo, 13.07.2025 21h47
TCE manda investigar contrato para UTIs em hospital de VG
Domingo, 13.07.2025 20h49
Vereador de Cuiabá critica PL que tenta acabar com crimes de honra
Domingo, 13.07.2025 19h50