Política

Domingo, 11 de Fevereiro de 2018, 20h09

SERVIDORES FANTASMAS

MPE investiga manobra de prefeitura para habilitar financiamentos imobiliários em MT

Promotor Mauro Zaque entende ser necessário averiguar denúncia antes de oferecer denúncia a Justiça

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) instaurou um procedimento preparatório para investigar uma denúncia de que a prefeitura de Acorizal (63 km de Cuiabá) estaria incluindo em sua folha de pagamento pessoas que não são servidoras do município. O objetivo seria habilitá-las em programas de financiamento imobiliário.

A investigação é uma etapa preliminar e, dependendo dos fatos apurados, pode se transformar num inquérito civil que posteriormente pode ser oferecido como denúncia à Justiça.

A portaria que oficializou o procedimento preparatório foi assinada pelo promotor da 11ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da Capital, Mauro Zaque de Jesus, na última terça-feira (6). O procedimento tramitará sob sigilo no MP-MT.

“Resolvo: instaurar Procedimento Preparatório de Inquérito Civil Público, para investigar acerca das supostas irregularidades praticadas pela Prefeitura Municipal de Acorizal [...] Decreto o sigilo do Inquérito Civil visto que a publicidade do caso poderá acarretar prejuízo às investigações, na medida em que impeça a constatação do fato”, diz trecho da portaria.

Mauro Zaque também determinou que o prefeito de Acorizal, Clodoaldo Monteiro da Silva (PSDB), encaminhe informações sobre eventuais pagamentos a duas pessoas que teriam sido incluídas indevidamente no cadastro dos servidores. “Seja oficiado o Sr. Clodoaldo Monteiro da Silva, Prefeito Municipal de Acorizal para que informe, em 30 (trinta) dias, se aquela Prefeitura efetuou o pagamento de salário ao Sr. B. A. S. e à Sra. L. A. S., no período de 2014 a 2015, conforme os holerites encaminhados junto com o Ofício nº 281/2017, datado de 19/12/2017”, determinou Zaque.

Embora tenha instaurado o procedimento preparatório, o promotor de justiça ponderou que ainda não há “elementos mínimos” para o oferecimento de uma denúncia à Justiça. “O presente caderno informativo ainda não traz elementos mínimos capazes de amparar eventual imputação de comportamento ímprobo em face do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Acorizal/MT”, ponderou o membro do MP-MT.

Caso uma ação civil pública seja aceita pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), agentes públicos, incluindo o prefeito de Acorizal, podem sofrer sanções que vão do pagamento de multa até a perda dos direitos políticos numa eventual condenação.

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