O advogado Everaldo Filgueira, que faz a defesa dos cinco policiais alvos da operação Efialtes, que desmantelou um esquema milionário de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que teria desviado uma tonelada de drogas apreendidas na região da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia desde 2015, afirmou que as investigações que culminaram na deflagração da operação são “fantasiosas”.
Os investigadores da Polícia Civil que tiveram as prisões preventivas decretadas foram identificados como Antonio Mamedes Pinto de Miranda, Ariovaldo Marques de Aguiar, Sérgio Amancio da Cruz, Luismar Castrillon Ramos e Paulo Sérgio Alonso. Luismar já estava preso desde agosto deste ano e teve o novo mandado cumprido na penitenciária onde ele está encarcerado. Antonio Mamedes está foragido, mas deve se apresentar às autoridades na próxima segunda-feira (19).
“Luismar, assim como os demais policiais, estão sendo vítimas de uma investigação fantasiosa, em que tem que ser achado o responsável por um crime grave que ocorreu, nem que para isso inocentes tenham que ser punidos”, disse o advogado Everaldo Filgueira ao FOLHAMAX.
Everaldo relata que teve acesso ao processo que determinou o pedido de prisão preventiva por parte do Judiciário e afirma que nele há inúmeras “incongruências” por parte da investigação. No entanto, a defesa deve postergar um pedido habeas corpus a princípio para os policiais, até ter em mãos mais documentos que devem demonstrar a alegada falha da investigação.
“Lamentamos que para a imprensa a PJC não tenha divulgado a realidade, como por exemplo a apresentação dos policiais antes de deflagrada a operação, que tomamos conhecimento por erros da investigação”, ressaltou o advogado, confirmando que houve vazamento com antecedência, o que supostamente seria por parte do Poder Judiciário.
A Operação
Além dos policiais, também foram identificadas a faxineira da delegacia de Cáceres, Maria Lúcia da Silva, e sua filha, Ariane da Silva Almeida. Elas seriam as auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.
Além dos policiais, também foram identificadas a faxineira da delegacia de Cáceres, Maria Lúcia da Silva, e sua filha, Ariane da Silva Almeida. Elas seriam as auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.
Todos são suspeitos de fazerem parte do esquema, que também utilizava empresas para lavar dinheiro.
A Justiça também determinou o bloqueio de valores no valor de R$ 25 milhões, além do bloqueio de contas bancárias dos investigados. Em um ano, os doleiros, através de empresas e pessoas físicas, conseguiram lavar cerca de R$ 100 milhões da venda dessas drogas furtadas dos armazéns. As ordens judiciais foram cumpridas em Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás.
As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos.
Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso. Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.
A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.
A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.
de olho
Terça-Feira, 13 de Dezembro de 2022, 08h25Simao
Terça-Feira, 13 de Dezembro de 2022, 04h01Ceio
Terça-Feira, 13 de Dezembro de 2022, 03h40Carlos
Segunda-Feira, 12 de Dezembro de 2022, 19h45Anônimo
Segunda-Feira, 12 de Dezembro de 2022, 19h45Paulo
Segunda-Feira, 12 de Dezembro de 2022, 19h34