O vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Márcio Vidal, manteve a anulação das buscas e apreensões feitas pelo Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) em março do ano passado que culminaram com a "Operação Tentáculos". Ele negou um Recurso Extraordinário pelos integrantes do Ministério Público Estadual que tentavam suspender uma decisão da Câmara Criminal do próprio TJ dada em novembro por unanimidade.
A época, a operação foi baseada numa suposta de tentativa de assassinato contra os empresário Valdiney Mauro de Souza e Wanderley Torres, que são sócios do prefeito de Cuaibá, Mauro Mendes (PSB). De acordo com informações da Polícia Civil, o também empresário Filadelfo dos Reis Dias, que teve um pedido de prisão decretado pela justiça em primeiro grau, teria encomendado a morte dos sócios por causa de uma disputa por uma garimpo numa fazenda localizada na zona rural de Várzea Grande.
A emboscada contra Ney e Wanderley aconteceu em abril de 2012. A época, os bandidos dispararam 25 tiros de pistola sobre uma caminhonete em que os dois viajavam e eles ficaram vivos pelo fato do veículo ser blindado.
Márcio Vidal considerou as ações feitas pelo Gaeco como nulas. "Da análise dos autos, entendo que o recurso não merece seguimento, uma vez que a eventual ofensa a Constituição seria apenas reflexa ou indireta, o que não é viável em sede de Recuso Extraordinário", explicou, ao considerar que o MPE não tem nem mesmo a necessidade de recorrer em instâncias superiores.
Um dos advogados do empresário, o jurista Huendel Rolim destacou a decisão do desembargador. "Mais uma vez o Tribunal de Justiça considerou ilegal a decisão em primeiro grau, o que reafirma o abuso das investigações feitas pelo Gaeco", comentou, ao ser questionado pelo FOLHAMAX.