O desmoronamento de determinados trechos das margens do Córrego Gambá preocupa moradores do Bairro Areão, em Cuiabá. O problema começou há pelo menos um ano e ameaça atingir os dois sentidos da Rua Desembargador Antônio Araújo com a Ministro Fernando Correa, por onde passa o canal. Outra preocupação são as passarelas de madeira sobre o córrego, que estão danificadas.
"Se continuar chovendo do jeito que está o córrego fica muito cheio e a tendência é que o deslizamento de terra aumente se não for feito algo com urgência", disse o oficial de telecomunicação, Jorge Freitas de Souza, 47 anos.
Para Souza, o serviço precisa ser agilizado até para conter a destruição do concreto, que foi colocado revestindo toda a margem do córrego. Outra preocupação são as passarelas de madeiras instaladas sobre a canalização, que estão em situação precárias.
"As tábuas estão soltas e muitas pessoas, inclusive, crianças insistem em usar essas passarelas. O risco de ocorrer um acidente é grande", acredita. A reportagem do Diário procurou a Prefeitura Municipal para falar sobre o assunto, mas não obteve um retorno.
NASCENTES
Um levantamento do Ministério Público do Estado (MPE), divulgado há uma semana, mostra que nos últimos nove anos, a capital perdeu 46% dos olhos d’água, que foram aterrados com a construção de empreendimentos ou invadidos, na capital. Apenas 2% estão preservadas. Ao todo, o estudo identificou a existência de 117 nascentes.
Entre as degradadas estão a do Barbado, onde se encontra o Hospital Central, a do córrego Gumitá, nas proximidades do Hospital do Câncer, a do “Quarta-Feira”, nas proximidades do terminal rodoviário, e a córrego Bangue, na MT-010 (Rodovia Helder Cândia).
O problema pode levar a perda do abastecimento hídrico pelo sistema superficial ou “fio d'água”. Atualmente, o MPE possui 25 inquéritos civis instaurados para apurar os danos ambientais e as responsabilidades pelas irregularidades cometidas em diferentes nascentes.
A.moses
Sábado, 01 de Abril de 2017, 20h14