O juiz da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá, Moacir Rogério Tortato, determinou o cumprimento da pena de 4 anos de prisão, em regime aberto, do tenente coronel PM aposentado, Marcos Paccola. Ele é um dos condenados de um processo derivado da operação “Coverage” por “acobertar” um esquadrão da morte na Polícia Militar de Mato Grosso.
Em decisão publicada nesta quarta-feira (14), o juiz também expediu uma guia de cumprimento da pena contra o 2º tenente PM Cleber de Souza Ferreira, condenado a 1 ano e 4 meses de prisão, também em regime aberto. Em relação a Marcos Paccola, o magistrado ainda determinou o envio do processo à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), que deverá analisar a possível perda de patente do tenente coronel aposentado e vereador cassado em Cuiabá. “Remetam-se cópias destes autos ao Procurador-Geral de Justiça para atuação funcional legítima em relação à perda do posto ou patente do Ten Cel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola”, determinou o magistrado.
Caso perca sua patente de tenente-coronel, Paccola poderá também ficar sem a sua aposentadoria. O Portal Transparência do Governo de Mato Grosso revela que no mês de abril de 2025 ele recebeu um benefício líquido de R$ 18,2 mil.
As diligências realizadas em 2019 fazem parte da 3ª Fase da operação “Mercenários”, de 2016, que desnudou a atuação do grupo de extermínio e que tinha “cobertura” (daí o nome Coverage) de oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso. Investigações revelam que o grupo de extermínio utilizava um verdadeiro arsenal de guerra, e que contava com “táticas de inteligência”, além das famigeradas “balaclavas” (toucas ninja) nas execuções.
Um dos indícios de atuação dos oficiais PMs que sofreram mandados de prisão - dois tenentes-coronéis (Sadá Ribeiro Parreira e Marcos Eduardo Paccola), e dois tenentes (Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino) -, é a mudança de registro de uma pistola 9mm, da marca Glock.
Um exame balístico, realizado pela Politec, constatou que a arma de fogo esta associada a pelo menos um crime de homicídio. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira tinha o registro de autorização de carga pessoal da referida pistola Glock. As investigações do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco) também apontam que um inquérito policial militar (IPM) foi instaurado para investigar o caso. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira foi flagrado num áudio dizendo que se o IPM não tivesse ainda voltado ao Ministério Público do Estado (MPMT), ele realizaria a “troca” do certificado de registro da pistola Glock – o que configura obstrução à Justiça.
No mesmo dia em que a operação “Coverage” foi deflagrada, em 21 de agosto de 2019, Marcos Paccola acessou o Sistema de Registro de Gerenciamento de Armas de Fogo da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da PM.
Conforme o MPMT, o objetivo do tenente coronel era promover “alterações no histórico da arma de fogo em favor do grupo criminoso”. Paccola chegou a ser vereador em Cuiabá mas foi cassado em outubro de 2022 depois de matar a tiros, pelas costas, o policial penal Alexandre Miyagawa, o “Japão”, ao se intrometer numa discussão conjugal.
Mato grosso
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 15h23Willian
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 14h02xavier
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 13h31Alonso
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 12h04Milton
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 11h53