O governador Pedro Taques vem trabalhando fortemente para retomar as obras do MT Integrado que agora se chama Pró-Estradas. O programa de interligação dos municípios por meio de asfalto foi lançado no governo Silval e amplamente divulgado, inclusive na campanha do petista Lúdio Cabral ao governo.
Taques pegou o programa com apenas 2% de obras concluídas. Agora, quer fazer do fracasso do seu antecessor um trunfo de seu governo. Já foram assinadas 21 ordens de serviço para retomada das obras no interior. Até o final do ano serão 45 obras. No caso das obras da Copa do Mundo, também abandonadas, o governo corre para retomar nos próximos dias 12 obras na Capital e em Várzea Grande.Os caminhões que passam pela estrada vicinal na comunidade Peixinho, no município de Santo Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá, têm prejudicado os moradores da região. A poeira que os caminhões levantam não é um problema que prejudica só a saúde, mas também suja os móveis e até prejudica a caminhada da pensionista Carmem de Oliveira Loiteiro. “Você não enxergar nada de tanta poeira. 'Come' poeira o dia inteiro”, reclamou.
Na estrada que tem asfalto, os caminhões não podem passar, por decreto da prefeitura. O único caminho é pela vicinal. Segundo o secretário de Finanças do município, Tony Bicudo, é de competência da prefeitura molhar as estradas de chão por onde trafegam os caminhões e o problema deve ser resolvido nos próximos 30 dias. “Já estamos ultimando um processo licitatório, onde será contratado o serviço para que a população de Santo Antônio não tenha tantos problemas de saúde”, disse.
A dona de casa, Francisca Bezerra de Melo, procura formas de proteger os alimentos. “Nós estamos fazendo comida mais cedo e cobrindo as panelas com lençol para não comer poeira.”
O filho caçula de Bruna Aparecida dos Santos, que também é dona de casa, foi parar no hospital por problemas respiratórios durante a noite. Agora, tem que usar inalador todos os dias e tomar vários remédios por dia.
Para chamar a atenção das autoridades quanto ao descumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), os moradores da região fecharam a estrada vicinal por 2h30. O termo foi firmado em 2009 em relação ao horário de trânsito dos caminhões que carregam a areia retirada pelas dragas no rio. “Fechamos com intuito de revindicar uma medida paliativa que existe neste acordo, do horário de entrada desses caminhões, da molhagem da rua para amenizar a poeira”, explicou o líder comunitário, Fidélis Faccenda.
O transporte de cargas é importante pra região. Os motoristas passam pela estrada para carregar os caminhões com materiais de construção em mineradoras e a carga é levada para a construção civil em Cuiabá e Várzea Grande. Em Santo Antônio de Leverger e Nossa Senhora do Livramento, a 35 km e 42 km de Cuiabá, respectivamente, estão onze mineradoras. As dragas retiram a areia do Rio Cuiabá.
“Areia é quase um bem de utilidade pública, porque todos os que são contra operação das dragas moram numa casa construída com a areia. Infelizmente não existe no mundo algo que substitua a areia na construção”, disse o dono de mineradora, Valmir Dias Pereira.
O custo para transportar a carga pelos 8 km de estrada é de aproximadamente R$ 5 mil ao ano por veículo, pago pelas empresas para a Prefeitura de Santo Antônio de Leverger. Alguns motoristas recorreram à justiça pra suspender o pagamento. Mesmo considerando o valor alto, o motorista Antônio Rodrigues de Souza Filho preferiu pagar a autorização especial de trânsito. “No nordeste, pagaríamos uma taxa especial de trânsito para transitar com bitrem de R$ 36 para trabalhar dentro do estado. Aqui, pagamos R$ 5,178 mil”, disse.