Cento e vinte e uma pessoas se tornaram doadoras voluntárias de medula óssea nesta quinta-feira (23.07) durante uma Campanha realizada pelo MT Hemocentro em parceria com a Associação dos Amigos da Criança com Câncer (AACC), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e a Justiça Federal. A ação aconteceu na sede da Justiça Federal e recebeu servidores dos órgãos e populares que procuraram o local para realizar o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). 

Para Juciane Siqueira, colaboradora da AACC, a parceria foi de grande importância não só para o MT Hemocentro que conseguiu novos doadores, mas também para as crianças da Associação que ganham novas chances. “É muito importante que atividades assim sejam realizadas porque temos crianças e adolescentes que necessitam dessa doação para ter uma chance de vida e é isso que nós estamos fazendo hoje. Essa parceria é para conscientizar as pessoas da importância do ato e lembrar que elas podem salvar uma vida”, destaca Juciane. 

A assistente social do MT Hemocentro, Heloise Angélica Dias, destacou que as doações estão dentro da quantidade esperada pela equipe, mesmo não sendo expressivas. “Quando realizamos ações dentro de empresas e instituições nos programamos para receber cerca de 150 voluntários. O saldo dessa parceria foi muito produtivo e positivo, esperamos que iniciativas como essa aconteçam mais vezes”, afirmou. 

Heloise lembra ainda que o setor de Serviço Social de Doadores do MT Hemocentro, responsável pelo cadastro no Redome, realiza constantemente campanhas em empresas privadas e instituições públicas com o objetivo de disseminar as informações sobre a doação de medula óssea e aumentar, cada vez mais, o número de doadores no estado. 

“Com mais gente cadastrada, a probabilidade de encontrar um doador compatível aumenta, assim como a esperança de quem precisa”, finaliza a assistente social lembrando que a chance de encontrar uma medula compatível é de uma para 100 mil doadores. 

Felipe Simões é servidor do Tribunal Regional Eleitoral e fez questão de participar da Campanha realizando seu cadastro. “A iniciativa é importante porque além de cooperar com toda a sociedade você ainda pode salvar vidas e proporcionar uma vida de melhor qualidade para quem precisa. Todos deveriam participar”. 

Atualmente em Mato Grosso, cerca de 40 mil pessoas estão cadastradas no banco de dados do Redome. Um total de 50 novos cadastros são realizados por semana no MT Hemocentro. 

Para ser doador de medula óssea, é necessário estar em bom estado de saúde, ter entre 18 e 55 anos de idade e não ter doença infecciosa ou incapacitante. Além disso, é preciso preencher corretamente a ficha de inscrição e manter o cadastro atualizado. Uma vez no cadastro, mantendo os dados sempre atualizados, o doador poderá ser chamado até os 60 anos de idade, caso seja identificado como compatível com algum paciente. 

Para se cadastrar como doador voluntário basta procurar o MT Hemocentro, situado na rua 13 de Junho, nº 1005, bairro Porto, em Cuiabá. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30. No interior do estado somente é possível fazer o cadastro durante as campanhas realizadas pelo MT Hemocentro em parceria com os municípios. 

Entendendo a Doação de Medula Óssea 

No momento que o doador voluntário realiza seu cadastro no Redome, é coletada uma amostra de 10ml de sangue para testes. O sangue é tipificado após um exame chamado histocompatibilidade (HLA) que identifica as características genéticas para a compatibilidade entre doador e paciente. 

Os dados pessoais e resultado do exame ficam disponíveis no banco nacional do Redome e são cruzados, constantemente, com os dados dos pacientes que precisam de transplante de medula óssea. Em caso de compatibilidade o doador é submetido a novos exames de sangue para confirmar a compatibilidade. O atual estado de saúde também é avaliado. 

Após a confirmação o doador é transferido para uma localidade que tenha centro de transplante para realizar o procedimento da doação. Embora seja realizada dentro de um centro cirúrgico, a doação de medula óssea não é uma cirurgia. 

Para a doação podem ser utilizadas duas técnicas. Ou é feito um procedimento no quadril, onde são realizadas múltiplas punções nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula, ou é realizada a doação por aférese, que utiliza uma máquina específica para separar as células necessárias para o transplante do sangue periférico. 

A técnica a ser utilizada será decidida pelo médico responsável pelo transplante em consentimento com o doador.