PM reintegra soldado demitido após flagra em grampos ilegais em MT

 

A Polícia Militar de Mato Grosso voltou a reintegrar em seus quadros o soldado Renato Carradine Sousa, com salário retroativo a novembro de 2021. Conforme portaria publicada no Diário Oficial do Estado (Iomat), a medida, novamente, atende decisão judicial contida num processo que tramita desde 2012.

O militar já tinha sido demitido e reintegrado outras vezes por determinação da Justiça. Carradine foi alvo de um Processo Administrativo Disciplinar sob acusação de ter cobrado propina em julho de 2015 para não prender um casal flagrado numa residência do bairro Santa Isabel, em Cuiabá, onde foram apreendidos 23 quilos de maconha.

Ele estava junto com o cabo Reinaldo Jorge Magalhães que também foi expulso e depois obteve decisão judicial para ser reintegrado à tropa. A defesa de Renato Carradine sustentou que as provas usadas contra ele foram obtidas de forma irregular, por meio de escutas telefônicas clandestinas e dessa forma deveriam ser anuladas.

A nova portaria que reintegra o soldado é assinada pelo comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Jonildo José de Assis. “Convocar o SD PM Renato Carradine Souza a contar de 24/11/2021, a comparecer no prazo máximo de cinco dias a fim de regularizar sua situação funcional, reintegrá-lo ao efetivo da PMMT e designá-lo para o no 1°CR/9° BPM”, diz a publicação.

IDAS E VINDAS

Renato Carradine foi demitido após um Processo Administrativo Disciplinar e recomendação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) em 11 de agosto de 2017. Ele recorreu à justiça e acabou reintegrado no dia 8 de maio de 2019, por decisão do juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá.

O magistrado acolheu a tese de que o militar foi condenado com base em provas coletadas ilegalmente por meio de escutas clandestinas, obtidas num esquema comandado pelo coronel Zaqueu Barbosa. Em julho de 2019, Carradine voltou a ser expulso da Polícia Militar em decisão fundamentada em processo que tramitou na 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, parecer e ofício da Procuradoria Geral do Estado.

Também houve manifestação da assessoria jurídica da PM pela nova expulsão. Agora, o comandante da corporação publicou nova portaria readmitindo o militar.