Treinamento puxado, disciplina, táticas, estratégias de defesa e ataque: não serão só as seleções que estarão preocupadas em desenvolver tais habilidades para a Copa do Mundo. Em Cuiabá, policiais civis e militares treinam duro para utilizar, se necessário, medidas de contenção sem o uso de violência ou armas de fogo durante o evento.
Nesta semana, 45 policiais participaram de uma intensa preparação para assimilação de técnicas de defesa pessoal baseadas, sobretudo, em imobilização e conhecimentos de jiu-jitsu. Sob o comando de Rodrigo Poderoso, profissional que por três anos atuou como instrutor do exército dos Estados Unidos, os policiais também foram submetidos a treinamentos com técnicas de crossfit, modalidade que visa o aumento do condicionamento físico, força e flexibilidade, entre outros fatores.
Levantar peso, tombar pneus de trator, saltar em caixas, correr ou se agachar carregando alguém são alguns dos exercícios que caracterizam o crossfit. "Para utilizar as técnicas de imobilização e condução o policial deve estar muito bem fisicamente. O uso da força para neutralizar, sem socos, chutes ou armas, quaisquer atitudes violentas, é uma abordagem que exige um grande preparo para ser feita de forma eficiente", afirma Rodrigo.
O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil, Flávio Henrique Stringueta, disse que o treinamento pretende qualificar os policiais para ações não só durante a Copa, como também para depois do evento. "Hoje os policiais saem da academia com um baixo conhecimento dessas técnicas e acabam, durante sua atividade policial, utilizando mais da arma de fogo. Isso traz consequências tanto para sua vida profissional como até mesmo para a sociedade, quando lesões são provocadas em pessoas, muitas nem envolvidas nas ocorrências", explica.
De acordo com o delegado, a instrução deverá ser multiplicada a outros policiais que não tiveram oportunidade de participar do curso. "Vamos trazer esses ensinamentos aos policiais para que consigam aplicar, primeiramente, na Copa do Mundo. A ideia, porém, é de fazer multiplicadores", diz.