As pontes suspensas criadas no programa "Alta Floresta Não Atropela", que tem como objetivo facilitar a passagem de animais arborícolas sobre vias urbanas, foram aprovadas pelo público alvo. Imagens gravadas no local mostram dois macacos, de espécies diferentes, atravessando uma das pontes.
No primeiro registro, feito pelo médico veterinário Eduardo Florence, é possível ver um macaco-aranha. Ele utiliza as pontes e atravessa com o auxílio do rabo e com as duas patas da frente. Já o segundo é um zogue-zogue-de-alta-floresta, classificado como uma espécie ameaçada.
Desde outubro de 2024, o programa tem reunido parcerias de diversas instituições e já apresenta resultados impressionantes. Uma das ações centrais foi a construção de 7 pontes de dossel, estruturas suspensas entre árvores, especialmente projetadas para a travessia segura de animais arborícolas sobre vias urbanas.
Só nessas pontes, até maio de 2025, já passaram quase 4 mil animais. Foram registradas a travessia segura de mais de 10 espécies, incluindo marsupiais e roedores, além de primatas.
Além do macaco-aranha e do zogue-zogue, outras 6 espécies de macacos são beneficiados diretamente com as pontes, entre eles também está o mico-de-Schneider.
O projeto foi idealizado pela bióloga Fernanda Abra, referência internacional em ecologia de estradas, com apoio da Fundação Ecológica Cristalino (FEC) e da Prefeitura de Alta Floresta. É o primeiro plano urbano da Amazônia brasileira a adotar estruturas específicas para proteger a fauna em áreas urbanas.
A iniciativa conta com a colaboração de parceiros como a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), ICMBio, Prefeitura Municipal de Alta Floresta, Fazenda Anacã, Fundação Ecológica Cristalino (FEC), entre outros, e é referência para futuras ações de conservação no Brasil e no mundo.