Cidades Quarta-Feira, 30 de Abril de 2014, 15h:53 | Atualizado:

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Servidor com câncer sonha também com sua casa própria

 

Da Redação

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Palmiro Pereira da Silva, ex-comerciário e servidor da Câmara Municipal de Várzea Grande, luta contra um câncer bucal há anos, o que o impossibilita de se comunicar verbalmente, apenas com gestos e por via escrita. Ele compareceu hoje à Superintendência de Habitação, da secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano para se inscrever como beneficiário do “Minha Casa, Minha Vida”. Na sua expressão, muita expectativa de sair dali com algum sinal positivo, conforme observaram os demais candidatos postados na fila (munidos de senha para efetivar a pré-inscrição).

Ao apresentar a documentação de praxe na Pasta, uma atendente quis saber outras detalhes e Palmiro emitiu apenas grunhidos incompreensíveis, acrescidos de rápidas informações rascunhadas num papel comum. A moça fingiu entender os grunhidos e elogiou a letra legível do candidato. Também informou que ele tem chances de conseguir a aprovação do seu cadastro no programa. Para quem não tem senha, explicou, a Habitação observa alguns critérios: se é idoso, portador de necessidades especiais e outros casos. Palmiro se enquadra aí, garantiu.

Atento às instruções da atendente, Palmiro expressou-se por gestos que uma casa própria significa muito nessa fase difícil que enfrenta contra o câncer. Mostrou a extensa área da face atingida pelo câncer. A enfermidade já exigiu cirurgias sequenciais nessa região, obrigando-o a mantê-la totalmente enfaixada.

Pelos documentos apresentados, Palmiro mora sozinho em casa alugada na Avenida Governador Pedro Pedrossian, em Várzea Grande. É divorciado de Eleninha José da Silva, com quem tem uma filha (Helena Vitório Pereira da Silva, nascida em 04 de outubro de 2006, em Bonsucesso . A mãe tem a guarda da criança. Palmiro bateu no peito (lado do coração) e tentou explicar que ama muito a filha.

A atendente anotou endereço e telefones com cuidado, e quis saber se haveria alguém para atender o telefone quando de eventual contato das equipes da Habitação e Assistência Social. Palmiro grunhiu novamente, balançando a cabeça em sinal positivo, reforçado com o dedo polegar. A técnica permaneceu silenciosa diante desse caso inusitado, aparentemente compenetrada em registrar as informações.

Concluído o atendimento, ao sair da sala Palmiro cumprimentou os que estavam ali de modo alegre, gesticulando estar feliz. Exibiu triunfante o papel da pré-inscrição, como se aquele documento significasse vitória concreta de um longo processo rumo à casa própria. Muitas pessoas postadas na fila da Superintendência de Habitação estamparam pasmo geral diante desse comportamento, que contrastava com a gravidade do quadro de saúde do candidato.  

 





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