O Ministério do Trabalho e Previdência Social publicou nesta sexta-feira (5) a atualização de empresários que empregaram trabalhadores submetidos à condições análogas à da escravidão. Ao todo, 17 empregadores, com empreendimentos no Estado, constam da lista desde o ano de 2019. Na publicação desta sexta, porém, há 4 empresários “estreando” no rol dos que usam mão de obra escrava em Mato Grosso, segundo o Ministério do Trabalho.
Um dos “novatos” é Fábio Cézar Barros Leão, flagrado com 2 trabalhadores em situação análoga à da escravidão na Fazenda Oriente III, em Pedra Preta (242 Km de Cuiabá). Ele ficou famoso no Brasil depois de ter ganhado R$ 28 milhões na Mega-Sena, no ano de 2006, e posteriormente denunciar um plano macabro.
Ao conseguir ganhar o prêmio milionário, Fábio Cézar Barros Leão transferiu os recursos para o seu pai, pedindo que ele administrasse o dinheiro. O patriarca, no entanto, teria arquitetado um plano para matar o próprio filho, e ficar com o valor. Um acordo judicial entre eles encerrou a "disputa".
A lista do Ministério do Trabalho também revela que a advogada, ex-conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso (OAB-MT), e “blogueira”, Selma Pinto de Arruda Guimarães, mantinha um trabalhador em condições análogas à da escravidão. O flagrante foi realizado na Fazenda Água Boa, localizada no município de Juína (750 Km de Cuiabá).
Num de seus posts nas redes sociais, a advogada ensina: “Quais são os crimes julgados no Tribunal do Júri?”. Para a sorte da defensora, empregar mão de obra escrava não é competência do júri popular, segundo a legislação brasileira.
O levantamento também inclui um outro advogado, identificado como Tomaz Edilson Filice Chayb, que é do Estado de Goiás, mas foi flagrado com 3 trabalhadores em condições análogás à da escravidão na Fazenda Conquista, em Nova Xavantina (652 Km de Cuiabá).
Tomaz é outro “famoso” da “lista suja” de empregadores, e já foi alvo da operação “Tarja Preta”, do Ministério Público do Goiás (MPGO), que desbaratou uma suposta organização criminosa que superfaturava licitações de medicamentos e equipamentos hospitalares. Ele teve os direitos políticos suspensos em decisão do Poder Judiciário Goiano do mês de setembro de 2023.
Fechando o rol dos “debutantes” da lista de “empregadores do séc. XIX”, o Ministério revela que a RC Mineradora, de propriedade de Ricardo Lemes Camilo, continha em seu “quadro funcional” nada menos do que 10 pessoas submetidas a trabalho análogo ao dá escravidão. O estabelecimento possui um garimpo de ouro em Alta Floresta (800 Km de Cuiabá).
Desde o ano de 2019, o Ministério do Trabalho e Previdência Social aponta que 64 trabalhadores foram resgatados em Mato Grosso.
Carol Shakti
Sábado, 06 de Abril de 2024, 20h21Pedro II
Sábado, 06 de Abril de 2024, 19h58João José
Sábado, 06 de Abril de 2024, 14h31