O engenheiro Mário Marcelo Santoro, de 45 anos, confessou nesta quarta-feira (21) ter assassinado a ex-namorada Cecília Haddad, em 2018, na Austrália. A administradora de empresas, na época com 38 anos, foi asfixiada na sua casa e teve o corpo abandonado em um rio em Sidney.
"Peguei o pescoço dela, apertei muito forte."
O relato foi dado durante o segundo dia de julgamento do caso, no Tribunal do Júri da Justiça Federal do Rio de Janeiro (veja no vídeo acima).
Durante a audiência, Santoro pediu perdão à família da ex e diz que tenta endender por que matou Cecília. Marcelo contou que houve uma briga quando ele foi buscar o passaporte na casa de Cecília porque tinha um voo para o Brasil no dia seguinte. Ele disse que foi tentar falar Cecília, quando apertou o pescoço dela, e ela caiu.
"Nessa hora, eu fui em direção, na tentativa de calar a boca dela, mas, infelizmente foi quando houve a tragédia."
Nesse momento, o engenheiro chorou e disse que tentou socorrê-la, mas ela não resistiu.
"Caiu molinha nos meus braços, não lembro se ela chegou a bater a cabeça no chão. Peguei ela, desesperado e coloquei no sofá (...) Ela não acordava (chora muito). Tentei fazer massagem nela, não sei se fiz certo ou não, para ver se ela acordava. Eu fui lá para pegar o passaporte e, infelizmente, deu tudo isso", disse o réu.
Santoro disse ainda que se desesperou com a situação.
"Saí de lá desesperado, confesso ao senhor que teve um período aí que, se o senhor me perguntar, eu não vou saber explicar, de tão desesperado, sem acreditar no que aconteceu. O que está no documento do MP (Ministério Público) vai explicar muito melhor. Nâo tenho nem como tirar nada dali. São dados e provas."
O engenheiro disse que quando chegou ao Brasil procurou três psiquiatras e psicólogos para entender por que mantou a ex-namorada. Santoro também pediu perdão a sua família e aos amigos pelo crime.
Por volta das 12h45, Maria Müller, mãe de Cecília, passou mal e precisou ser retiradada do plenário.
O crime
De acordo com as investigações da polícia australiana, Santoro asfixiou Cecília em casa e jogou o corpo dela no rio Lane Cove, em Sidney, a 8,3 quilômetros da casa onde ela morava. Ao corpo dela, ele chegou a amarrar pesos.
Após o crime, Santoro pegou o carro de Cecília foi até em casa, trocou de roupa e abandonou o veículo numa estação ferroviária. Depois, arrumou as malas e retornou ao Brasil.
O engenheiro chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, no dia seguinte, 29 de abril, duas horas depois do corpo de Cecília ser encontrado na Austrália.