Mundo Quinta-Feira, 04 de Setembro de 2014, 13h:08 | Atualizado:

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Fui escolhido também por ser negro, diz vice de Padilha

 

Terra

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Logo na sala de espera do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), localizado no bairro República, em São Paulo, as paredes vermelhas dão destaque para dois retratos de cerca de 1,50 metro de Vladimir Lenin e Karl Marx, maiores símbolos do comunismo mundial. Cerca de 20 minutos depois, o candidato a vice-governador de Alexandre Padilha (PT), Nivaldo Santana (PCdoB), entra em “sua casa” ao lado de sua assessora. Apesar das eleições estarem pegando fogo em todo Brasil, por volta das 10h, o comitê está vazio e logo subimos ao andar onde aconteceria a entrevista.

Passamos por um auditório e uma sala de reunião até chegarmos a um pequeno cômodo com sofás e uma mesa, escolhido por Nivaldo para a conversa. “Vamos ficar por aqui”, disse Nivaldo, com um misto de nervosismo e tranquilidade estampado no rosto. Espalhados pelas salas, presentes recebidos pelo partido comunista, entre eles quadros, estátuas e esculturas, principalmente vindos da China e Vietnã.

Deputado estadual por 12 anos - de 1995 a 2007 - ou três mandatos, o paulistano é especialista em recursos hídricos e servidor da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desde 1988, além de ter sido presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo. Apesar de seus atributos em relação ao principal tema das eleições paulistas e grande ponto de ataque do candidato petista ao governo do tucano Geraldo Alckmin, Nivaldo não acredita que tenha sido escolhido para concorrer ao cargo de vice por uma estratégia de governo voltada para esse assunto. Segundo ele, esse fato é “adicional”.

“Na verdade eu diria que minha candidatura como vice tem que ser vista de uma maneira mais ampla. Primeiro sou vice porque sou do PCdoB. Segundo porque sou sindicalista ligado à luta dos trabalhadores e isso é um fato importante. Terceiro, sou vice também pelo fato de eu ser negro e no Estado de São Paulo nunca houve um vice-governador negro. Isso expressa com maior fidelidade as características plurais do Estado. E o fato de eu ser funcionário da Sabesp desde 1988 e ter um conhecimento bom sobre a questão do saneamento básico e recursos hídricos agrega valor no debate das eleições”, disse ao Terra.

Em um bate-papo de exatos 45 minutos, Nivaldo falou sobre a CPI da Água que tentou emplacar em 2004 para investigar as causas dos problemas do abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo, mas que, segundo ele, não “engrenou” por conta do PSDB, que teria atravancado a comissão. Já em relação as eleições deste ano, em que Padilha aparece apenas com 7% das intenções de voto de acordo com pesquisas, o comunista afirmou que setembro é o mês-chave para crescer e que o petista precisa superar o “desconhecimento” dos eleitores.

Corintiano fanático, tendo sido até mesmo conselheiro do time paulista no início dos anos 2000, Nivaldo relembrou os tempos de “craque” na Vila Brasilândia e Freguesia do Ó e confessou que o futebol perdeu um grande nome para a política.

 





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