E a medalha de ouro das prévias do PSDB para presidente da República vai para… João Doria, governador de São Paulo, que se apresenta ao país como “o pai da vacina”.
De fato, não fosse ele, não haveria por aqui a Coronavac, vacina chinesa rejeitada pelo presidente Jair Bolsonaro e fabricada pelo Instituto Butantan. E as outras demorariam ainda mais a chegar.
Doria achou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso perdeu uma rara oportunidade de ficar calado ao dizer que votaria em Lula contra Bolsonaro, em eventual segundo turno.
Adversários de Doria acham que o ex-presidente perdeu uma segunda oportunidade de ficar calado quando disse, ontem, que votará em Doria nas prévias do PSDB de novembro próximo.
Fernando Henrique foi quem mais estimulou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a disputar as prévias que indicarão o candidato do partido à vaga de Bolsonaro ano que vem.
O ex-presidente também estimulou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, a enfrentar Doria. Puxou o tapete de Jereissati e de Leite ao concluir que Doria vencerá os dois.
O mais provável é que Jereissati renuncie à disputa para apoiar veladamente a candidatura a presidente de Ciro Gomes (PDT). Os dois são amigos e aliados no Ceará.
Sem Jereissati no páreo, dificilmente Leite se exporá a uma derrota nas prévias. Tem pouca idade e pode esperar que a fila avance. Talvez se candidate à reeleição no seu estado.
O PSDB é um partido sem vocação para dar à luz novos nomes. Doria só se impôs aos velhos porque entrou metendo o pé na porta e logo se elegeu prefeito de São Paulo e governador.
Pela porta que ele entrou, sairá Geraldo Alckmin, com destino ao PSD de Kassab. Alckmin governou São Paulo por três vezes, foi duas vezes derrotado para presidente, e quer governar o estado de novo.