O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), pediu nesta sexta-feira (11) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decrete a prisão preventiva do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e bloqueie os bens do parlamentar.
No pedido, Lindbergh diz que Eduardo cometeu “alta traição à pátria” e atentou “contra a liberdade do Judiciário". A solicitação foi feita no inquérito que apura a atuação do deputado licenciado nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, em especial ministros do STF.
“O anúncio, pelo presidente norte-americano, Donald Trump, da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros revela, com clareza alarmante, os efeitos concretos e deletérios da articulação internacional promovida pelo investigado Eduardo Bolsonaro e seus interlocutores nos EUA”, diz trecho do pedido.
Nessa semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Na carta divulgada para justificar a sobretaxa, Trump citou medidas tomadas pelo STF contra plataformas digitais dos EUA e o julgamento contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e por abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo o deputado, a atuação de Eduardo aponta para “uma continuidade da trama golpista, que não se encerrou no episódio do 8 de janeiro”. Ele também diz que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comprometeu a soberania nacional.
“Além de configurar obstrução à atividade jurisdicional constitucional, essas condutas atentam diretamente contra a soberania nacional, ao buscar, por meios diplomáticos e econômicos, a submissão do Brasil a decisões políticas estrangeiras. Isso se dá através da chantagem econômica, da ameaça de sanções pessoais e da tentativa de intervenção internacional em processos judiciais internos.”
Além da prisão preventiva e bloqueio de bens, o líder do PT na Câmara pediu a proibição de transferências de valores para contas de titularidade direta ou indireta de Eduardo e que seja apurada a regularidade de arrecadações feitas via Pix para beneficiar o político.
No inquérito que tramita no STF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que Eduardo busca retaliar autoridades que atuam em ações contra Jair Bolsonaro. O deputado licenciado, diz o órgão, pode ter cometido os crimes de coação no curso do processo, embaraço à investigação de infração penal contra organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Nessa quinta-feira (10), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também pediu a Moraes a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro ou ordem de o uso de tornozeleira e a proibição de se aproximar de embaixadas. A solicitação foi feita no inquérito das milícias digitais, relatado por Moraes.
Segundo o deputado, as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “criaram uma narrativa internacional para justificar um eventual pedido de asilo político por parte de Jair Bolsonaro”.
José
Sábado, 12 de Julho de 2025, 09h17alexandre
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