Polícia prende mais um membro da quadrilha de garotos de programa

Garoto de programa Carlos Henrique da Silva Paixão

A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira mais um integrante da quadrilha de garotos de programa acusada de extorquir dinheiro de ex-clientes, grupo que também foi alvo de ação da 21ª DP (Bonsucesso) no dia anterior. Carlos Henrique da Silva Paixão foi detido em São João de Meriti, cidade em que mora, na Baixada Fluminense, pelos crimes de extorsão e associação criminosa. Os programas não eram feitos em um ponto fixo, porque eram anunciados num site, com o atendimento normalmente realizado em algum motel.

Pelas redes sociais, Carlos Henrique compartilhava uma rotina de ostentação, com baldes de uísque e energético, notas de R$ 100 abertas como um leque e até cordões de ouro. O garoto de programa era um dos cinco alvos de mandados de prisão e estava foragido.

Ele foi capturado após informações de inteligência da delegacia distrital terem sido compartilhadas com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o que permitiu que o suspeito fosse localizado e preso.

Na quinta-feira, também foi preso o garoto de programa Fabio dos Santos Pita Junior, conhecido como Pedro Dom ou Pedro Dominador, apontado como chefe do grupo criminoso. Cynara Ferreira da Silva e Ronaldo da Silva Gonçalves, apontados como integrantes da quadrilha, mas responsáveis pelas ameaças ou pela operação financeira, completam a lista de presos. Um dos alvos segue foragido.

ábio dos Santos Pita Júnior, conhecido como Pedro Dom, é apontado como chefe do grupo

— O nosso objetivo é identificar se há outros integrantes (na quadrilha), porque alguns dos documentos apreendidos nos levam a crer que pode haver mais pessoas nessa organização criminosa — explica o delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da 21ª DP.

Modus operandi

O ponto inicial da investigação se deu depois que um jovem procurou a delegacia distrital para contar que estava sendo chantageado. Segundo a vítima, ela fez contato com um dos garotos de programa e, após o encontro, começou a receber mensagens ameaçando expor para a sua família o que tinha ocorrido.

Para que não tivesse sua intimidade exposta, a vítima fez transferências bancárias via Pix aos criminosos, que "chegaram a ameaçar praticar violências contra membros da família do jovem", informa a Polícia Civil. As extorsões partiam de mais de um membro da quadrilha.

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Caso as vítimas parassem de ceder à extorsão e, consequentemente, parassem de enviar dinheiro aos criminosos, a estratégia adotada pela quadrilha era a de pegar dados da vítima, dizer que faria algum mal aos parentes, e até fazer fotos da casa da pessoa. O objetivo era que os pagamentos fossem retomados.

Ao todo, cinco vítimas foram identificadas e a expectativa da polícia é que o número de denúncias cresça após a divulgação da operação.

— Um apelo a quem tenha sido vítima de um crime similar é que procure uma delegacia. Se for (vítima) dessa quadrilha específica, pode procurar a 21ª DP (Bonsucesso), porque estamos com essa investigação em andamento — completou o delegado titular da distrital.