Opinião Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 08h:11 | Atualizado:

Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 08h:11 | Atualizado:

Cláudio Cordeiro

Boticário e a propaganda muito além da venda

 

Cláudio Cordeiro

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A propaganda vai muito além da venda, quem trabalha em nossa área sabe bem isso. Apesar de oferecer produtos e serviços, também marca territórios, cria estilos, faz o mundo ser um lugar diferente.

Quem não se lembra do anúncio do Apple Macintosh fazendo uma analogia com o livro 1984 de Geroge Orwell? Ou mesmo o anúncio sobre o primeiro sutiã, de Washington Oliveto em 1987?

A propaganda rompe barreiras, isso é indiscutível. Entretanto, a pressa característica dos tempos em que vivemos acabam por deixar a criatividade submissa da produtividade eficaz e exaustiva. Os clientes querem resultados imediatos e nós corremos o risco de deixamos de ousar e seguimos por caminhos “seguros”, que não trazem nada de novo.

O anúncio do Boticário para o dia dos namorados desse ano levou uma mensagem que não se limitou a uma marca, um produto ou promoção. Os quatro 'P' do marketing ganharam mais um, o de polêmica. Ao mostrar diferentes casais, heterossexuais e homossexuais trocando presentes, a propaganda gerou muita discussão, sobretudo nas redes sociais na Internet.

Aqui não quero dar minha opinião pessoal sobre as relações de gênero, uma vez que escrevo em nome de uma instituição que agrega agências de propaganda de todo o estado de Mato Grosso. No entanto, o resultado desse anúncio nos mostra que aqueles trinta segundos na TV, aquela arte num impresso ou um spot que ouvimos no rádio do carro, por exemplo, podem promover transformações, criar diálogos, instigar a sociedade sobres temas importantes.

A nova propaganda também exige sensibilidade, atenção ao mundo em que vivemos, urgência, velocidade, informatização, isso tudo faz parte das nossas vidas. Mas, devemos ter a coragem de olhar além, dar passos para fora do confortável. Fazer nossos clientes entenderem a importância da mensagem, que ela vai além da venda, da propagação da marca.

Essa tão temida nova propaganda é aquela que queríamos fazer quando estávamos começando, audaciosa, com sal e pimenta. Infelizmente não existe receita e esse “tempero a gosto” é o que vai diferenciar os profissionais brilhantes dos medíocres, daqueles que vão seguir no mercado, dos que ficarão sentados reclamando que o mundo está perdido.

Cláudio Cordeiro

Presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Mato Grosso

 





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Comentários (9)

  • Cordeiro

    Domingo, 14 de Junho de 2015, 15h59
  • A bem da verdade existem vários ângulos de percepções deste comercial. Vale a pena destacar ainda em tempo o tão falado direito de expressão, tanto cerceado outrora quando a publicidade era totalmente censurada. Inconcebível nos dias de hoje onde morrem milhares de pessoas por falta de saúde publica decente, de justiça, de fome, por falta de educação, do tráfico, corrupção, enfim, tem pessoas que ainda se preocupam quem está dormindo com quem!!!
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  • ze

    Domingo, 14 de Junho de 2015, 07h01
  • Claro que propaganda dessas iria polemizar sim....pois essas novidades ficam cada dia abertas e claras nas ruas....mais como o nobre Cláudio Cordeiro descreve..cumpriu seu objetivo com o cliente!
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  • Benedito Gon?alves

    Sábado, 13 de Junho de 2015, 09h17
  • Sempre admirei muito os trabalhos da GoncalvesCordeiro, mas esta avaliação é um tanto quanto entusiasmada de mais para o conceito em questão. A genialidade do publicitário deve-se a ter a a apresentar o produto e seu próprio conceito aos seus consumidores em potencial e não lembrar à comunidade GLBT de que eles tem direito como consumidores aos produtos...
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  • sil

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 15h59
  • Ana, não só a classe GLBT que tem dinheiro, e outra, que eu saiba, não é só a classe evangélica que foi contra a propraganda, e depois, na igreja, só da dízimo quem tem dinheiro, até porque não tem como tirar 10% de nada, não é mesmo?
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  • Marilene Pimentel

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 14h58
  • Belo artigo Claudio Cordeiro!!
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  • Anna

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 13h43
  • Aos que trabalham com publicidade sabe que a propaganda da Boticário reverterá em favor da marca. Primeiro que virou caso de discussão em todos os veiculos de comunicação e redes sociais. Segundo, a marca se posicionou favorável a uma parcela da sociedade (LGBT) que tem grana para comprar produtos de beleza. Terceiro, a propaganda em nenhum momento foi agressiva (houve apenas um abraço entre pessoas do mesmo sexo) e Quarto, o público (heavy user) da boticário com certeza não está dentro das igrejas, em que seus pastores pregam viver com o minimo possivel de dinheiro, pois precisam arrebatar o máximo que podem em dizímo.
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  • J. Pinto Fernandes

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 11h30
  • Meu Deus, achava que a publicidade era uma ferramenta de vendas. Mas, se o presidente do sindicato das agências, acha que a propaganda deve ir além de obter resultados tangíveis, só tenho a temer pelo suado dinheirinho dos clientes. Onde é que ficou provado que causar polêmicas é positivo para a imagem comercial? Sobre a campanha do Boticário para o dia dos namorados, é óbvio que quem a criou sabia que iria polemizar. Fez de caso pensado e calculado para "causar". Só não sei dizer se o sucesso do publicitário reproduziu nas vendas. Se sim, parabéns. Mas vou esperar pra ver, se é que tal informação será devidamente compartilhada.
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  • sil

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 10h50
  • Se a propaganda é a alma do negócio, dessa vez, virou alma penada. ♂♂♀♀
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  • Taise

    Sexta-Feira, 12 de Junho de 2015, 09h36
  • falou, falou e não disse nada.
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