A chacina do Bairro São Mateus, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, já completou um mês sem que nenhum dos responsáveis pelos cinco assassinatos tenha sido preso. As famílias das vítimas ainda esperam por Justiça. A Polícia Civil, que investiga o caso por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não quis falar sobre as investigações do caso.

O pai de uma das pessoas assassinadas afirma que ainda tenta seguir a vida sem a presença do filho. “Ninguém procurou, ninguém falou mais nada. E não é só meu filho que está nisso aí. São sete pessoas que estão envolvidas”, disse o homem, que preferiu não se identificar.

O rapaz e outras quatro pessoas foram mortas no dia 15 de fevereiro em um bar em Várzea Grande. De acordo com testemunhas, homens usando capuz chegaram ao local fazendo perguntas aos presentes e logo atiraram. No total, oito pessoas foram atingidas.

Um mês depois do crime, o bar continua fechado e ninguém foi preso. Enquanto isso, as famílias tentam seguir a vida e muitas já se mudaram do bairro. “Tanto que a minha mãe nem está morando mais no mesmo lugar. Porque a gente ficou com medo. Anda na rua já com medo”, disse uma mulher, que preferiu não mostrar o rosto e nem ter o nome divulgado.

O irmão dela também foi morto na chacina. Ela tenta confortar a mãe, mas a perda deixou marcas profundas. “Até hoje eu sinto o que fizeram com meu filho. Uma 'pessoa mal', que não tem coração”, disse a mulher.

A Polícia Civil ainda não divulgou o motivo para a chacina. Mas, entre as hipóteses, estão a ação de uma facção criminosa ou a possível vingança pelo assassinato do major da Polícia Militar Claudemir Gasparetto, morto dias antes.

A busca pelas respostas e pelos culpados não traz as vítimas de volta, mas saber que o crime não ficou impune pode, pelo menos, dar um pouco de sensação de Justiça aos familiares e entes queridos das vítimas. “Não desejo pra ninguém, pra ninguém mesmo. Do jeito que fizeram com ele lá, só a Justiça mesmo”, disse a irmã de uma das vítimas.