Polícia Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 19h:15 | Atualizado:

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CASO RENATO

"Jornalista" acusa advogado morto de falsificar assinaturas em MT

Ele também desqualifica a empresária e fala em "cortina de fumaça"

Da Redação

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O "jornalista" Cláudio Natal, que foi alvo da Polícia Civil no contexto das investigações sobre o assassinato do advogado Renato Nery, afirmou que a empresária do ramo de joias, Julinere Goulart, de Primavera do Leste (231 km de Cuiabá), mentiu ao envolvê-lo na trama relacionada ao crime. Cláudio, que também é perito judicial, é acusado de alterar documentos e de assessorar ilegalmente escritórios de advocacia.

Além disso, teria tentado extorquir os envolvidos no caso. A empresária e o marido dela, Sérgio Jorge Sechi, são apontados pela Polícia Civil como supostos mandantes do assassinato.

Eles já foram alvos de duas fases da operação, sendo a primeira delas a imposição de cautelares com uso de tornozeleira. Depois, foram presos, no dia 9 deste mês, após o avanço das investigações.

Já o jornalista sofreu mandado de busca e apreensão na última segunda-feira (26), ocasião em que foi preso em flagrante por posse ilegal de munições que foram apreendidas na casa dele. No entanto, pagou uma fiança de R$ 7 mil e ganhou liberdade.

Cláudio Natal foi citado pelo advogado Renato Nery como "grampeador", “blogueiro” e membro de um "escritório do crime" em uma representação disciplinar à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), feita pelo advogado Renato Nery. Em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde, exibido nesta quinta-feira (29), Cláudio Natal explicou que foi contratado pela empresária para periciar documentos referentes à disputa de uma propriedade de terra com Renato na Justiça.

O jornalista afirmou que Renato Nery havia falsificado assinaturas de um idoso, fato confirmado após uma perícia realizada por ele. "O Renato Nery, com todo respeito a família dele, ele acabou falsificando diversas assinaturas que diziam que é assinatura de um senhor falecido, que transferia os direitos da fazenda pra ele. Passou a ser dono da fazenda do cliente dele. Como perito, eu falei deixa eu analisar. Como perito verifiquei que aquelas assinaturas eram falsas. Eu fiz o primeiro laudo constatando e no laudo você entende porque elas são falsas. Diante disso foi enviado para a Corregedoria do Tribunal que o cartório teria reconhecido firma autenticado e dado chancela a uma assinatura falsa e o cartório não poderia ter feito isso, então a corregedoria comunicou o juiz da comarcar como é de praxe, para que juiz instaurasse um procedimento e apurasse as falsificações", começou.

Segundo o jonralista, o juiz ordenou que o cartório cancelasse os selos utilizados na autenticação das assinaturas fraudulentas, pois eles tinham dado chancela a um documento falso — documento, conforme Natal, utilizado por Renato Nery para se apoderar das terras. "Fui contratado por Julinere e indicaram meu nome para ela através de um advogado. Após a morte de Renato, a Corregedoria suspendeu essa decisão, e atualmente o cartório mantém a autenticação de um documento falsificado. Não entendo por que o Tribunal tomou essa decisão, e acredito que o caso deve ser revisado pelo CNJ", afirmou Natal.

Sobre seu relacionamento com Julinere, ele revelou que ligava para ela para tratar de assuntos relacionados ao processo de Renato. Em uma conversa, chegou a comentar com ela sobre o assassinato do empresário Gilberto de Oliveira Couto, conhecido como Beto Caça e Pesca, ocorrido em maio de 2021 em Guarantã do Norte.

Na ligação, Cláudio teria dito que existia um grupo que matava e colocava culpa em pessoas inocentes. "Eu entrava em contato esporadicamente com ela para falar sobre esse caso, pois ele continuava nas esferas criminal e judicial. Em uma dessas conversas, recebi a informação de que um vizinho dela, envolvido em uma disputa judicial, teria mandado me matar. Acredito que ele também tenha mandado matar Renato. Pensei: essa mulher é inocente, o culpado foi outro. Mas hoje, depois de tudo, minha visão mudou, principalmente pelo que ela fez. Liguei para ela contando essa história de Guarantã", disse o jornalista ao afirmar que ela usou a históra como  como uma cortina de fumaça. 

O policial militar de Mato Grosso, Fábio Fonseca Françoso, suspeito de participar do assassinato do empresário Gilberto de Oliveira Couto, foi preso na ocasião. "Ela depois mudou o contexto da conversa e tentou colocar isso no inquérito, me acusando- de fazer referências a policiais [presos por envolvimento na morte de Renato]. Quando conversei com ela , nem sabia quem eram esses policiais e não tinha ideia de que eles poderiam ser presos. Eu me referia a fatos passados. Ela precisou criar uma cortina de fumaça", explicou.

Ele acrescentou que, inicialmente, via Julinere como vítima, mas mudanças em sua postura e ações indicam que ela estaria envolvida na tentativa de encobrir os fatos. Cláudio também comentou que já ouviu dela comentários de que Renato não viveria para gastar seu dinheiro, mas acredita que ela possa ter dito aqueles comentários por estar apenas nervosa.

O jornalista citou ainda um vizinho de Renato que teria ficado irritado após Renato teria colocado fogo na safra dele. Este vizinho, por sua vez, teria ameaçado Renato, dizendo que o que era dele estava "guardado".

DISPUTA

O jornalista revelou ainda que as ameaças começaram quando passou a atuar em um processo de reintegração de posse envolvendo o agricultor Roberto Zanoni e a empresa Centrosul Logística. Em 2020, Zanoni entrou na Justiça alegando ser legítimo possuidor de uma fazenda de mais de 3 mil hectares, acusando a empresa de impedir seu acesso ao local com um grupo armado.

A Centrosul afirma ser a proprietária há mais de 30 anos e classifica Zanoni como um "grileiro profissional". A disputa ainda está em andamento.

A Polícia Civil, através da Delegacia de Homicídios (DHPP), cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Cláudio Natal, suspeito de envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2023. Natal, que se apresenta como jornalista e perito judicial, é investigado por participar de um esquema criminoso, incluindo falsificação de documentos e assessoria ilegal a escritórios de advocacia.

Durante as buscas, foram encontradas munições de calibres 12, .38 e .40, levando à sua prisão em flagrante por posse ilegal de armamento. Segundo a DHPP, cerca de 15 dias antes da prisão de dois policiais militares envolvidos, Natal teria entrado em contato com a mandante do assassinato, solicitando recursos para sua defesa.

As investigações iniciais indicaram que os autores materiais dos disparos que mataram Renato Nery foram o policial militar Heron Teixeira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva. O crime teria sido encomendado pelo casal César Sechi Sechi e Julinere Goulart, ambos de Primavera do Leste, durante uma disputa de terras.

Renato Nery foi baleado em frente ao seu escritório em Cuiabá, no dia 5 de julho de 2024, e não resistiu aos ferimentos. Antes de falecer, o advogado fez uma representação disciplinar apontando Cláudio Natal como membro de um "escritório do crime", acusando-o de disseminar informações falsas para influenciar processos judiciais.

O documento também trazia o nome do advogado Antônio João de Carvalho Júnior, acusado de usar métodos fraudulentos para anular cessões de posse. Nery pedia a abertura de processo disciplinar contra esse advogado por conduta incompatível com sua atuação profissional.

 





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