O advogado Paulo Lessa admitiu, nesta quinta-feira (14), que pode deixar a banca de defesa do ex-secretário de Estado, Eder Moraes, libertado na semana passada, após 81 dias preso, sob a acusação de operar um esquema de lavagem de dinheiro público em Mato Grosso.
Ele é réu na Justiça Federal e um dos "alvos" da Operação Ararath.
"Não posso ajudar quem não quer se ajudar. Ele mudou muito, desde que saiu da cadeia" Segundo Lessa, o ex-secretário "sumiu" desde que saiu da prisão, na semana passada, e não atende às ligações para o seu telefone.
Além disso, conforme o advogado, Eder também não pagou os serviços prestados pela banca formada por quatro profissionais.
“Ele não atende aos telefonemas. Simplesmente sumiu", disse Lessa.
O advogado observou que o ex-secretário sequer apareceu numa reunião, marcada para esta semana, para definir as estratégias para o seu último dia de interrogatório, na Justiça Federal, que acontece hoje (14).
"Eu marquei uma reunião ontem [quarta-feira, 13], no meu escritório, mas ele não apareceu e tampouco deu uma justificativa para a ausência”, disse o advogado.
Paulo Lessa afirmou que, diante dessa situação, está propenso a deixar a bancada que defende o ex-secretário.
“Não posso ajudar quem não quer se ajudar. Ele mudou muito, desde que saiu da cadeia”, disse.
O comportamento de Eder Moraes pegou o advogado de surpresa, já que, quando estava encarcerado, demonstrava muita calma e fazia questão de conversar com os advogados, pelo menos, cinco vezes por dia.
Paulo Lessa ressaltou que não abandonou o caso, mas, se o ex-secretário não aparecer, ele muda de ideia.
“Ainda não abandonei o caso, a tendência é de renunciar, com certeza”, afirmou.
O advogado ainda explicou que o "sumiço" de Eder poderia estar ligado a uma possível falta de dinheiro, já que ele não pagou os trabalhos prestados pelos advogados, até agora.
“Ele deve e muito. E ainda não pagou nada”, disse Lessa.
Depoimentos
Para hoje, às 13h30, está marcada a última parte do interrogatório com Eder Moraes, na 5ª Vara da Justiça Federal, em Cuiabá
Uma vez que esta em liberdade, o ex-secretário entrará pela porta da frente, diferentemente de dias anteriores, quando era levado por uma viatura da Polícia Federal e entrava pelo subsolo.
Na sexta-feira (15), será ouvida pelo juiz Jeferson Schneider a esposa de Eder Moraes, Laura Tereza da Costa Dias, que também é ré na ação que investiga a suposta lavagem de dinheiro.
Ademir Rodrigues
Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2014, 13h57LUIZ FERNANADO
Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2014, 11h49Rubens
Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2014, 11h28Celso
Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2014, 11h15