O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (UB), colocou panos quentes na declaração do correligionário, o governador Mauro Mendes, que afirmou pela manhã desta segunda-feira (27), que não cabe a ele decidir o futuro político de Botelho. O parlamentar ainda minimizou eventual debandada de membros do UB caso sua mudança para o PSD se concretize, afirmando que não tem a intenção de provocar qualquer esvaziamento na agremiação. 

Botelho, que está considerando deixar o UB para viabilizar seu projeto de concorrer ao Palácio Alencastro em 2024 pelo PSD, destacou que aguarda uma reunião com Mauro até o final deste mês para finalmente tomar uma decisão. No União, o projeto de Botelho tem o apoio irrestrito dos irmãos Jayme Campos (Senador) e Júlio Campos (deputado estadual), que já demonstraram publicamente insatisfações com os rumos que o processo eleitoral vem tomando dentro da legenda presidida pelo governador Mauro Mendes, defensor da pré-candidatura do secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia.   

A demora de Botelho em tomar essa decisão causou reação do vice-presidente em Cuiabá, o deputado estadual Wilson Santos. Ele afirmou que se a decisão de Botelho for permanecer no UB, o PSD apoiará o candidato indicado pela Federação Brasil da Esperança - o que para presidente da ALMT é um caminho natural, uma vez que o partido tem Carlos Fávaro como ministro da Agricultura. Nesse caso, os cotados são os petistas Lúdio Cabral, também deputado estadual, e Rosa Neide, ex-deputada federal e atualmente diretora da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nesta segunda-feira, quando questionado sobre o encontro com Eduardo Botelho, o governador Mauro Mendes disse que, no momento, está focado em suas funções no Executivo Estadual e que seu papel como presidente do UB é uma forma de contribuir com o partido, deixando claro que não irá antecipar nenhum tema relacionado ao processo eleitoral.

"O governador disse que era para eu conversar com o Fábio e que eu fizesse uma tentativa de acordo com ele para ver se um de nós dois desistisse. Eu conversei com ele, tentei convencer ele a desistir, mas não houve acordo ficou naquele impasse nem para lá nem para cá. E depois disso, não tive ainda agenda. Estou aguardando o governador. Evidentemente que a prioridade dele é governo. Ninguém discute isso e assim que tiver um espaço ele já me disse que vai chamar.  Não sei se ele está preocupado [com a mudança para o PSD], isso é ele que tem que falar. Ele disse que gostaria que eu tentasse, uma conversa com Fábio. Espero tentar conversar novamente com ele. A única coisa que eu disse é que nós temos que resolver esse ano”, respondeu Botelho.

Em relação à possibilidade de Mauro estar preocupado com uma eventual debandada do UB caso a mudança para o PSD se concretize, Botelho afirma que não tem a intenção de provocar qualquer saída do partido, pois não está convidando nenhum deputado e nem pretende fazê-lo. Segundo o parlamentar, se houver alguma saída, será apenas a dele.  "Se eu sair a princípio vai ser só eu. Não chamei nenhum deputado e nem estou chamando ninguém. Não estou indo atrás para esvaziar o União”, afirmou.